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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a pisar no freio do crescimento econômico brasileiro nesta quarta-feira (21): ao final da reunião de dois dias, a autoridade monetária anunciou a terceira alta consecutiva da taxa básica de juros da economia, a Selic, de 10,25% para 10,75% ao ano. A decisão, segundo o BC, foi tomada por unimidade entre os membros do colegiado.

O aumento nos juros já era esperado pelos economistas. Em abril, a taxa já havia subido do piso histórico de 8,75% ao ano para 9,5%. Na reunião passada, nova elevação levara a taxa para 10,25%, quebrando a barreira dos dois dígitos pela primeira vez desde junho de 2009.

E a expectativa dos analistas é de que a taxa continuará sendo elevada nos próximos meses, chegando a 11,75% ao ano no fim de 2010 e a 12% ao ano no início de 2011.

Ao fim do encontro, o BC divulgou a seguinte explicação: “Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,75% ao ano, sem viés. Considerando o processo de redução de risco para o cenário inflacionário que se configura desde a última reunião do Copom, e que se deve à evolução recente de fatores domésticos e externos, o comitê entende que a decisão irá contribuir para intensificar esse processo”.

Contenção da demanda e meta de inflação Ao subir os juros, o BC atua para conter a procura por produtos e serviços. O objetivo seria o de tentar evitar um aquecimento excessivo da economia, que poderia gerar “gargalos” de logística (falta de mão-de-obra ou de infraestrutura adequada) e um subsequente crescimento da inflação – que penaliza principalmente os mais pobres.

O Banco Central também calibra a taxa de juros para que a inflação convirja para a meta central de 4,5% fixada pelo governo para 2010 e 2011. Pelo sistema de metas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Dados do IBGE divulgados na terça-feira mostraram que os preços estão mais “comportados” que há alguns meses: o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, teve deflação de 0,09% em julho, influenciado principalmente pelos preços menores dos alimentos.

Na segunda-feira, dados do boletim Focus, coletados pelo Banco Central junto às instituições financeiras, também mostraram que o mercado reduziu suas expectativas para a inflação deste ano, de 5,45% para 5,42%. Há um mês, o mercado apostava em IPCA de 5,61% para este ano.