Brasília – A equipe econômica estuda como agir com novas medidas para impedir o estouro da meta de inflação este ano. O governo considera que tem condições de atuar rapidamente, se necessário. Economistas apontam que o caminho mais provável, caso o governo decida intervir para auxiliar o trabalho do Banco Central (BC), é a redução pontual de tributos.
A área econômica reconhece que há riscos concretos de o IPCA fechar o ano acima do teto de 6,5%, embora considere que a ”batalha não está perdida”. A inflação dentro dos limites da banda d – dois pontos porcentuais para cima ou para baixo do centro da meta de 4,5% – é vista como ”questão fundamental”, apesar do ceticismo de parte dos analistas do mercado financeiro. ”Enquanto o mercado pode dar apenas opinião, o governo tem instrumentos para agir”, disse uma fonte do Ministério da Fazenda.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff já reduziu o valor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente na gasolina de olho na inflação. A decisão foi adotada para compensar a pressão sobre o preço do combustível na bomba, o que aconteceria por conta da diminuição da mistura de álcool na gasolina, que passou de 25% para 20%. O governo também já adiou para o ano que vem o reajuste do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre cigarros para ajudar no controle da inflação.
Para a equipe econômica, o estouro da meta teria efeitos negativos sobre as expectativas, além de amplificar o discurso dos críticos da política adotada pelo BC de acelerar a redução de juros.