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Com a desaceleração da economia europeia e a queda dos negócios imobiliários na Espanha, a Creditaria iniciou processo de expansão para a América Latina em 2007. Atualmente, a companhia possui somente um escritório em Madri; sede e 60 franquias no México; escritório e quatro unidades no Chile, e 22 lojas no Brasil, onde atua desde 2009. Segundo o diretor da Creditaria no Brasil, Bruno Albarello, a aposta de expansão está no crédito imobiliário, que tem potencial de crescimento no País. No entanto, a matriz na Espanha não possui mais esse enfoque, ao lidar no atual momento de crise com o gerenciamento e venda de ativos “podres” de bancos do país.
 
Segundo dados do Banco Central, o saldo acumulado em financiamentos imobiliários para pessoa física chega a R$ 12,534 bilhões em outubro de 2011, o que representa acréscimo de 87,9% em 12 meses, quando em outubro do último ano o estoque estava em R$ 6,670 bilhões. Já na comparação com dezembro de 2010, o crescimento chega a 70,3%.
 
Em outubro de 2011, o total de empréstimos concedidos aos consumidores apresentou aumento de 166,5% ante setembro, de R$ 408 milhões para R$ 1,088 bilhão. No acumulado de 12 meses, a elevação também é significativa: 114,4%.
 
Albarello explica que a empresa foi constituída em 2000 por Gonzalo Bellón, atual presidente, e o interesse de realizar investimentos no Brasil começou em 2005. “Atuava com crédito e refinanciamento [hipoteca], mas percebeu uma leve diminuição dos negócios na Espanha e, com isso, partiu para o México, principalmente pela semelhança do idioma. Há cinco ou seis anos, mais ou menos, Gonzalo percebeu a abertura e crescimento do crédito imobiliário brasileiro.”
 
Cerca de 99% das operações giram em torno de produtos e serviços imobiliários da Creditaria, que atua como uma intermediária financeira entre clientes, construtoras e incorporadoras com as instituições financeiras. “Nos países onde a Creditaria atua, o principal negócio é o imobiliário. Acreditamos que em 2012 o volume de repasses imobiliários será um mercado que vai conseguir bastante espaço”, projeta o diretor.
 
Ao ser questionado sobre o modelo de negócio, Albarello explica que a assessoria de repasse imobiliário é muito comum em outros países, mas ainda iniciante no setor doméstico. Mas é vantajosa, pois não possui a mesma burocracia dos bancos. “A média de concessão de crédito varia entre 40 e 45 dias, enquanto na agência bancária a média fica entre 60 e 90 dias”. Segundo o diretor, a agilidade no processo fica por conta do contato direto com a mesa de crédito da instituição financeira, enquanto o cliente comum é atendido no balcão.
 
Olavo Souza, diretor da unidade de Alphaville, detalha que a companhia atua como uma facilitadora de crédito, do recolhimento de documentação à renegociação com outros bancos, caso ocorra uma negativa, passando pela análise e pela obtenção de taxas de juros mais atrativas. “Atuamos como parceiro da incorporadora. O cliente financia entre 20% e 30% direto com a construtora, mas na entrega das chaves é necessário financiar o saldo devedor com um banco. Nós trabalhamos com o processo de aprovação e durante a construção preparamos o comprador para se adequar às exigências e assim evitar dívidas.”
 
No início das operações no Brasil, o foco estava em fazer parceria com imobiliárias. “Mas os bancos perceberam o potencial e começaram a realizar contratos de exclusividade. Então fomos para o atacado”, diz Bruno Albarello, que confessa ser mais rentável a parceria com construtoras. “Ao fechar um empreendimento, conquistamos aproximadamente 300 clientes.” O diretor diz que atualmente há quatro operações em andamento com diferentes construtoras em São Paulo. “O ideal para os próximos anos seria cada unidade ter 20 operações de repasse por ano.”
 
Outro foco de atuação da companhia nos próximos anos é o mercado de refinanciamento imobiliário, mais conhecido como home equity, ou hipoteca. O imóvel, livre de ônus ou alienação, é oferecido como garantia, podendo o cliente tomar um empréstimo de até 50% do valor do bem. “Um proprietário que possui diversos imóveis pode refinanciar um deles, ao invés de vendê-lo, em caso de problemas financeiros. Ou um comerciante, no lugar de tomar capital de giro, pode refinanciar a propriedade. É uma operação rápida, que ocorre de 20 a 25 dias, e é segura por conta das leis e regulamentações do Banco Central”, explica Albarello.