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No mesmo dia em que deve ser ouvido pela Justiça britânica, o criador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, criticou as operadoras Visa, MasterCard e o site de pagamentos PayPal por terem cancelado os serviços à sua organização, classificando-os como “instrumentos de política externa dos EUA”.

“Agora sabemos que Visa, Mastercard e PayPal são instrumentos da política externa dos Estados Unidos. É algo que ignorávamos”, afirmou Assange de uma penitenciária do Reino Unido a sua mãe, Christine, que repassou o comunicado à emissora Channel 7.

Assange está em prisão preventiva há uma semana em Londres, à espera de um julgamento de extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais contra duas mulheres.

“Faço um chamado a todo o mundo para meu trabalho e meus funcionários sejam protegidos destes ataques imorais e ilegais”, disse.

Na semana passada, as operadoras de cartões de crédito Visa e Mastercard anunciaram a suspensão das transferências para o WikiLeaks.

A Visa destacou que aguardava “elementos adicionais” para saber se a atividade do portal está de acordo com suas regras de funcionamento, enquanto a Mastercard qualificou a atividade do site de “ilegal”.

A PayPal reativou a conta do WikiLeaks, liberando os fundos disponíveis, mas adotou certas restrições e advertiu que não aceitaria novos pagamentos até nova ordem.

Os sites do PayPal, Visa e Mastercard foram alvos de ataques virtuais de simpatizantes do WikiLeaks.

Desde 28 de novembro, jornais associados ao WikiLeaks publicam telegramas diplomáticos americanos confidenciais, o que provocou indignação e mal-estar de vários governos.

Fonte: Folha de S. Paulo