NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Presidente da MRV diz que não há risco de bolha no setor. Receita líquida da companhia avançou 41% no 1º semestre O mercado de construção civil popular no Brasil não deve ser atingido pelas crises que assolam a Europa e os Estados Unidos, mesmo que a turbulência se agrave ainda mais. A afirmação foi dada ontem pelo presidente da MRV Engenharia, Rubens Menin. A empresa é líder no segmento de empreendimentos residenciais populares no país. Seguindo a linha do Banco Central (BC), o executivo também descartou a formação de uma bolha imobiliária, apesar da valorização expressiva dos imóveis entre 2008 e 2010. “Não existe possibilidade de bolha. Aqui não temos subprime, apenas prime, além da demanda que continua maior que a oferta”, disse. Um dos argumentos é que o crédito imobiliário responde por “apenas” 5% do Produto Interno Bruto (PIB). “Nos próximos 20 anos, ainda temos demanda de 35 milhões de moradias. Ou seja, há muito espaço para crescer”, prevê Menin.

 A MRV registrou números inéditos no segundo trimestre e no acumulado dos primeiros seis meses, segundo balanço divulgado ao mercado no início da noite de ontem. A receita líquida no primeiro semestre somou R$ 1,79 bilhão, alta de 41% frente a igual período do ano passado. Somente no último trimestre, a receita líquida alcançou R$ 988,4 milhões, volume 40,2% superior à mesma data de 2010.

 O lucro líquido no semestre fechou em R$ 342,4 milhões, aumento de 28,5% ante o mesmo período de 2010. No segundo trimestre, a alta, na mesma base de comparação, foi de 26,1%, atingindo R$ 189,8 milhões. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve crescimento de 25,5% no semestre (R$ 456,8 milhões) . No último trimestre, frente aos mesmos três meses do ano passado, o avanço foi de 35,4%, ou R$ 255,8 milhões.

 “Os números foram muitos bons e o mercado deve se surpreender com isso”, afirmou Menin, destacando que a construtora cresce sem perder qualidade operacional. “Entre as cinco maiores empresas na área de construção, a MRV foi a única que cresceu sem perder margem”, acrescenta o executivo. Conforme o balanço da empresa, as margens bruta, EBITDA e líquida no segundo trimestre foram, respectivamente, de 32,2%, 25,9% e 19,2%. Comparadas ao trimestre anterior, as altas foram de 0,4 ponto percentual (p.p.), 0,8 p.p. e 0,2 p.p., respectivamente.

 Já os lançamentos no semestre cresceram 4% na comparação com os primeiros seis meses de 2010, totalizando R$ 1, 79 bilhão. As vendas contratadas, no mesmo período, somaram também R$ 1,79 bilhão, avanço de 5% em relação a 2010. A expansão no banco de terrenos foi de 15,6% no período de 31 de março a 30 de junho, atingindo R$ 16,3 bilhões.

 INFLAÇÃO Conforme o balanço da MRV, o preço médio da unidade vendida no segundo trimestre foi 5% superior ao preço médio do mesmo período de 2010. Segundo Menin, o reajuste leva em conta as correções do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). “No nosso segmento, temos teto de venda (Minha casa, minha vida). Então, o ambiente de preços é saudável”, diz.  Dos lançamentos da MRV no segundo trimestre, 85% foram direcionados ao programa federal habitacional Minha casa, minha vida. “E esse vai continuar sendo o nosso carro-chefe”, detalha Menin. O valor médio do imóvel, neste programa, é de R$ 170 mil.