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A recessão mundial vai se prolongar ao menos por mais dez anos, avalia o economista Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), para quem a atuação do Federal Reserve (FED, o banco central dos Estados Unidos) e do Banco Central Europeu (BCE) é focada apenas na resolução dos problemas financeiros, ignorando o crescimento econômico e, em especial, o crescente desemprego.
 
“Não há demanda por crédito, uma vez que as famílias estão endividadas, e o desemprego é alto. As taxas de juros nos EUA e na União Europeia vão continuar baixas por muitos anos”, disse. Para ele, o Brasil será diretamente envolvido neste cenário. “O mercado consumidor do mundo para nossas exportações continuará depreciado.”
 
Um dos principais conselheiros do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Nakano abriu nesta segunda-feira (9) o Latin American Advanced Programme on Rethinking Macro and Development Economics (Laporde 2012), seminário promovido pela FGV em parceria com a Universidade de Cambridge (EUA).
 
Segundo Nakano, a crise dos países desenvolvidos marca o fim da hegemonia econômica e política dos Estados Unidos e o início de um período no qual há um vácuo não apenas de poder, mas também de ideologia e consenso político.
 
Nesse contexto, disse, há uma redistribuição de liderança na economia mundial e os países emergentes ganham mais destaque, principalmente a China, cujo PIB deve ultrapassar o dos EUA em 2018, na previsão de economistas.
 
Analisando o cenário interno, Nakano afirmou que o Banco Central (BC) não será mais um obstáculo ao crescimento. “O BC e o governo não têm mais apenas a inflação como meta. Esse é um avanço muito importante.” Ele acredita que, se o BC tiver a ajuda da política fiscal, a taxa básica de juros da economia brasileira, pode chegar a um dígito ainda neste ano.