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Leonardo Prado

Sebastião Bala Rocha
Bala Rocha: segundo consórcio, reivindicações dos operários gerariam um impacto não previso de R$ 500 milhões.

Um grupo de deputados da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público esteve reunido nesta quinta-feira (3), em Altamira (PA), com diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Pesada do Pará, que representam os operários da obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, e com diretores do consórcio construtor do empreendimento.
Os parlamentares foram verificar as condições de trabalho no local e buscar uma solução para a greve, que já dura 11 dias, dos 7 mil trabalhadores da usina. A paralisação – a quarta nos últimos seis meses – foi considerada ilegal pela Justiça, que exigiu a volta aos trabalhos.
O presidente da comissão, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), disse que será difícil a negociação entre os funcionários e o consórcio (liderado pela Construtora Andrade Gutierrez). O parlamentar informou que, aparentemente, não há problemas quanto à infraestrutura da obra e dos acampamentos dos operários. Ele destacou, no entanto, que, na reunião com os deputados, o consórcio manteve a posição de não atender às reivindicações dos operários, sob a justificativa de que a medida acarretaria um impacto aproximado de R$ 500 milhões – valor não previsto no contrato com a concessionária Norte Energia S.A., que é quem vai explorar a geração de energia em Belo Monte.

Reivindicações

Os trabalhadores pleiteiam o aumento do tíquete-refeição (de R$ 95 para R$ 300) e a redução do intervalo de tempo para que eles possam visitar por nove dias suas famílias. O prazo hoje é de seis meses e os operários querem a visita a cada 90 dias.

O consórcio convocou os operários para que voltem ao trabalho amanhã (4), mas tudo indica que isso não irá acontecer, uma vez que os sindicalistas alegam que não foi feito nenhum acordo adicional sobre as reivindicações.

Consórcio

O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) foi contratado pela empresa Norte Energia S.A. para executar as obras civis e de engenharia daquela que será a terceira maior hidrelétrica do mundo em capacidade de geração de energia. O CCBM é formado por dez empresas do setor de construção pesada do País. Liderado pela Construtora Andrade Gutierrez, o CCBM reúne ainda as construtoras Camargo Corrêa, Odebrechet, Queiroz Galvão, OAS, Contern, Galvão, Serveng, J. Malucelli e Cetenco.

Bala Rocha ressaltou que, em Brasília, a comitiva – formada também pelos deputados Laercio Oliveira (PR-SE) e Lira Maia (DEM-PA) – continuará conversando com as centrais sindicais e o consórcio em busca de uma solução.
 
Reportagem – Ginny Morais/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira