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Apesar da baixa renovação na Câmara na eleição do último domingo (2), muitos deputados que tiveram protagonismo ao longo desta e de legislaturas ficarão de fora do centro das decisões políticas do Congresso a partir de fevereiro de 2023. Essa é a situação de 192 deputados que tentaram sem sucesso renovar o mandato na Casa, além de outros 57 que buscaram novos desafios políticos.

Entre os que perderam a reeleição estão lideranças como os ex-vice-presidentes da Câmara Marcelo Ramos (PL-AM) e Fábio Ramalho (MDB-MG), os líderes do PSB, Bira do Pindaré (MA); do Solidariedade, Lucas Vergilio (GO); do PTB, Paulo Bengston (PA), e da oposição, Wolney Queiroz (PDT-PE); e a terceira-secretária da Mesa Diretora, Geovânia de Sá (PSDB-SC).

Veja a nova composição da Câmara

Ainda recém-chegado ao Congresso, Marcelo Ramos virou protagonista em 2019, quando presidiu a comissão especial da reforma da Previdência. Desde então se destacou ao fazer oposição ao governo. Ramos virou vice-presidente da Câmara no início de 2021, mas foi afastado do cargo este ano por ter trocado o PL pelo PSD, assim que o presidente Jair Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal. A vaga, decidiu a Justiça, cabia à antiga legenda.

O relator da reforma da Previdência, considerada pela equipe econômica como a proposta mais importante aprovada pelo Congresso na atual legislatura, Samuel Moreira (PSDB-SP), também não conseguiu se reeleger.

A nova composição do Senado

Uma das aliadas mais próximas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a deputada Margarete Coelho (PP-PI) também fracassou nas urnas. Ela foi relatora do novo Código Eleitoral e da proposta de emenda constitucional que reservava recursos para candidaturas femininas, entre outras proposições importantes para as quais foi designada por Lira.

O deputado Fábio Trad (PSD-MS), que relatou a chamada PEC da Segunda Instância, também não teve votos suficientes para se reeleger.

Essa também foi a situação do deputado Luis Miranda (Republicanos-DF), que tentou se reeleger desta vez por São Paulo. Miranda e seu irmão, um servidor do Ministério da Saúde, sacudiram a CPI da Covid-19, no Senado, ao afirmarem que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorou as denúncias levadas por ele sobre irregularidades na compra de vacinas. O episódio resultou no pedido de indiciamento do presidente. O caso, porém, foi arquivado pela Justiça.

Ex-líder do governo Bolsonaro, Joice Hasselmann (PSDB-SP) perdeu em quatro anos mais de 1 milhão de votos, ou 99% da votação alcançada em 2018, e ficará sem mandato a partir de fevereiro. Eleita na onda bolsonarista como uma das mais proeminentes figuras antipetistas, Joice rompeu com Bolsonaro após atritos no PSL, quando ambos eram filiados à extinta sigla. Desde então, passou a ser tratada como inimiga pelos apoiadores do presidente.

Importantes nomes da oposição, como o relator do PL das Fake News, Orlando Silva (PCdoB-SP), o ex-líder do Psol Ivan Valente (SP), o ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Vicentinho (PT-SP) e a ex-líder do PCdoB Perpétua Almeida (AC), também não alcançaram votação suficiente para renovar o mandato.

O mesmo insucesso foi vivido pelos líderes das frentes parlamentares do Meio Ambiente, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), e da Educação, Professor Israel (PSB-DF), pelo ex-presidente do Cidadania Rubens Bueno (PR) e pelo ex-prefeito de Curitiba e ex-sub-relator da CPI dos Correios Gustavo Fruet (PDT-PR). Nenhum deles se reelegeu.

Na lista abaixo, estão deputados que exerceram mandato na atual legislatura e não continuarão na Câmara a partir de fevereiro, seja porque não se reelegeram, seja porque concorreram a outros cargos. Alguns deputados não reeleitos ainda podem sonhar em exercer o mandato por algum período na próxima legislatura por terem ficado na suplência. Os dados foram obtidos pelo Congresso em Foco por meio da Secretaria-Geral da Mesa.

Da lista acima, não ficarão sem mandato:

Alan Rick (União Brasil-AC), eleito senador
Beto Faro (PT-PA), eleito senador
Efraim Filho (União Brasil-PB), eleito senador
Hiran Gonçalves (PP-RR), eleito senador
Laércio Oliveira (PP-SE), eleito senador
Professora Dorinha Seabra (União Brasil-TO), eleita senadora
Tereza Cristina (PP-MS), eleita senadora
Celina Leão (PP-DF), eleita vice-governadora
Walter Alves (MDB-RN), eleito vice-governador

Liziane Bayer (Republicanos-RS) – suplente do senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS)

Paula Belmonte (Cidadania-DF) – eleita deputada distrital
Bruna Furlan (PSDB-SP) – eleita deputada estadual
Ney Leprevost (União Brasil-PR) – eleito deputado estadual
Santini (Podemos-RS) – eleito deputado estadual

Ainda disputam outro mandato:

Fábio Mitidieri (PSD-SE), candidato ao governo estadual em segundo turno
Marilia Arraes (Solidariedade-PE), candidata ao governo estadual em segundo turno
Onyx Lorenzoni (PL-RS), candidato ao governo estadual em segundo turno
Sebastião Oliveira (Avante-PE), candidato a vice de Marilia Arraes em segundo turno

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AUTORIA

Edson Sardinha

EDSON SARDINHA Diretor de redação. Formado em Jornalismo pela UFG, foi assessor de imprensa do governo de Goiás. É um dos autores da série de reportagens sobre a farra das passagens, vencedora do prêmio Embratel de Jornalismo Investigativo em 2009. Ganhou duas vezes o Prêmio Vladimir Herzog. Está no site desde sua criação, em 2004.

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