Interlocutores da presidente Dilma Rousseff dizem que ela mandou avisar o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), que espera explicações “consistentes” sobre as circunstâncias de sua viagem ao Maranhão em dezembro de 2009. Na avaliação de integrantes da equipe da presidente, a assessoria de Lupi deu uma resposta superficial à reportagem da revista Veja, segundo a qual o ministro usou um avião alugado por um dono de ONG para cumprir agenda oficial no estado.
Em nota divulgada no site do Ministério do Trabalho, o ministro negou que tenha viajado em 2009 num avião alugado por Adair Meira, chefe de uma rede de ONGs que tem contratos com a pasta. Lupi informou que o avião que o transportou foi pago pelo diretório regional do PDT no Maranhão – o que, em si, caracteriza um conflito ético, já que foi uma viagem oficial paga por um partido.
“Os deslocamentos realizados dentro do estado do Maranhão para agendas, parte em veículos de filiados, e parte em aviões de pequeno porte, tipo Sêneca, foram de responsabilidade do Diretório Regional do PDT do Maranhão, do ex-governador Jackson Lago, e do deputado federal Weverton Rocha. A medida foi tomada para evitar que dinheiro público fosse utilizado nesta agenda”, afirmou o comunicado.
Força Sindical
A assessoria do presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), informou em nota que a reportagem da revista IstoÉ, denunciando a existência no Ministério do Trabalho de um esquema de extorsão de sindicatos para abastecer o caixa da central sindical, é uma “história fantasiosa” e que “revela uma implacável perseguição política e uma tentativa de criminalizar o movimento sindical”. O ministério não se manifestou sobre essa denúncia.