NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Alvo da artilharia brasileira pela manhã, alemã devolveu alfinetada à tarde, na abertura da CeBIT

A presidente Dilma Rousseff voltou ontem a criticar a “política monetária expansionista” dos países desenvolvidos, que, segundo números do Banco de Compensações Internacionais (BIS), despejaram 8,8 trilhões de dólares em liquidez na economia mundial desde o início da crise. A presidente disse que a “massa monetária” produzida gera “bolha” e “especulação” e que o Brasil tomará “todas as medidas” para se proteger.

Dilma, que iniciou nesta segunda uma visita de dois dias à Alemanha – o país que hoje dita as regras na Europa -, afirmou que vai insistir na queixa nos seus encontros com a chanceler alemã Angela Merkel. Um deles estava previsto para ontem. De acordo com a presidente, as medidas causam “desvalorização artificial” das moedas, “equivalem a barreiras tarifárias” e geram bolhas e especulação. “O que se está fazendo equivale a uma barreira tarifária. Todo mundo se queixa de barreira tarifária, de protecionismo”, acusou. Dilma ressaltou que o governo vai tomar medidas de proteção, mas negou que defenda a quarentena de capital externo.

Após ter sido alvo da artilharia de Dilma, no início da manhã, Merkel não economizou alfinetadas ao governo brasileiro à tarde. Num discurso diante de Dilma e de uma plateia de empresários na abertura da maior feira de tecnologia do mundo – CeBIT – onde o Brasil é o país homenageado -, Merkel deu uma resposta direta às críticas de que os países ricos estariam provocando um “tsunami monetário” com suas políticas expansionistas.

A chanceler alemã colocou o dedo no ponto onde o Brasil tem sido mais criticado internacionalmente: o protecionismo. Merkel afirmou que, se o Brasil está preocupado com o câmbio, os países desenvolvidos estão preocupados com as medidas protecionistas tomadas pelo governo brasileiro como o aumento no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis importados, ocorrido no segundo semestre do ano passado.