O coordenador de mídias sociais da campanha de Dilma Rousseff (PT), Marcelo Branco, deflagrou movimento na internet para protestar contra a Rede Globo por considerar que a emissora reduziu aparições do presidente Lula no “Jornal Nacional”.
Ele se ampara em levantamento feito pelo jornalista Émerson Luís, de Brasília, que mapeou a exposição de Lula em telejornais no primeiro semestre.
Branco usou seu Twitter para difundir o estudo e a mensagem ganhou as páginas de militantes. “Lula não é candidato. Portanto, se a Globo quiser tirar a cobertura e a voz dele, pode fazer. No entanto, eu achei importante tornar pública essa informação”, disse Branco à Folha, frisando que a manifestação é “pessoal”.
Pelo mapeamento, Lula teria aparecido 20% menos nas edições do “JN” deste ano em comparação com o mesmo período de 2009 – 44 registros contra 57. Movimento inverso seria verificado nos telejornais da Record, do SBT e da Band.
Em nota, a Central Globo de Comunicação creditou a eventual subexposição de Lula, “tomando o estudo como verdadeiro”, a eventos como a Copa do Mundo e negou que haja orientação editorial para abreviar a presença do presidente.
“O presidente Lula continuará a merecer a cobertura que o cargo requer. O mesmo ocorrerá com os candidatos, protagonistas da eleição presidencial”, diz a nota.
Visita
O vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, foi recebido ontem por Lula, em Brasília. Oficialmente, a situação da economia brasileira foi o tema do encontro reservado.
Na saída da reunião, Marinho disse a jornalistas que, indagado por Lula sobre a análise fazia da economia brasileira, respondeu que “vai bem”, mas que a política fiscal do governo “causa preocupação”.
“Acho que nosso jornal está falando isso todo dia. Nossa visão tem estado diariamente em “O Globo'”, disse.
Segundo Marinho, Lula não concordou nem discordou da visão. Os dois também falaram das eleições. “Ele falou sobre a campanha, a candidatura da ministra, e que ele está muito otimista”.