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A queda na inflação que vem ocorrendo no início deste ano deve se manter, ao menos, até maio. A previsão dos economistas ouvidos pela Folha é que a partir do segundo semestre, os índices inflacionários comecem a acelerar com o aquecimento da economia que geralmente ocorre nesta época do ano. No entanto, as estimativas apontam para uma inflação no final de 2012 em 5% e muito próxima do centro da meta do governo que é de 4,5%.

A previsão de analistas do mercado financeiro consultados todas as semanas pelo Banco Central (BC) é a mesma divulgada no boletim Focus anterior, de 5,24% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No entanto, para 2013, a projeção subiu pela segunda semana seguida, ao passar de 5,02% para 5,11%.

O professor de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fábio Scatolin, prevê que a inflação seja maior no segundo semestre com o aumento do nível de atividade da economia. Para ele, os resultados dos índices inflacionários de março já podem começar a apresentar uma pequena elevação. Scatolin acredita que há fôlego para a inflação fechar o ano bem próximo de 5%.

De acordo com ele, é provável que o Banco Central continue com a redução dos juros. A estimativa dele é que a Selic, taxa básica de juros da economia, feche o ano em 9,5%. Para 2013, a projeção é de 10,5% ao ano. Scatolin destacou que as famílias têm sentido menos o efeito da inflação no orçamento já que grande parte das categorias de trabalhadores tem conseguido reajustes salariais acima da inflação. Ele lembrou que os itens que mais têm pesado no bolso são moradia – com o aumento dos preços dos imóveis – e serviços, especialmente nas áreas de refeições fora de casa e serviços domésticos.

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), Eduardo André Cosentino, acredita que a inflação deve seguir um ritmo de queda durante mais um trimestre. A partir disso, a previsão é que comece a acelerar novamente.

Ele lembrou que o governo federal entrou com políticas monetárias para reduzir o spread bancário dos bancos estatais. O objetivo é forçar os bancos privados a fazerem o mesmo. Com isso, seria possível prover a população de empréstimo de dinheiro mais barato, o que traria mais recursos para as famílias. Com mais dinheiro, poderia gerar uma inflação de demanda.

Para Cosentino, a redução da inflação no início do ano pode ser explicada porque as pessoas estão consumindo menos. Geralmente, a população gasta muito no final do ano e, em janeiro, ainda têm compromissos como IPVA, IPTU e matrículas escolares.

Além disso, ele acredita que a redução da inflação é reflexo de políticas econômicas adotadas pelo governo federal no final do último trimestre para conter a inflação. ”Estes impactos estão sendo sentidos agora”, disse.

O boletim Focus estima ainda que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) passe de 5,02% para 5,08% neste ano, e reduza de 4,88% para 4,85% em 2013. A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi ajustada de 4,65% para 4,64% este ano, e de 4,93% para 4,9% em 2013. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a projeção passou de 4,62% para 4,6% este ano, e permanece em 5%, em 2013. A estimativa dos analistas para os preços administrados foi mantida em 4% em 2012 e em 4,5% no próximo ano. (Com agências)