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Modelo já existe na Alemanha e pode ser uma forma de amenizar altos índices de desemprego
Senado italiano deve aprovar nesta semana cortes de gastos e alta de impostos visando equilibrar suas contas
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Javier, 25, é um “indignado” espanhol que prefere não revelar o sobrenome ou ser fotografado. Mesmo após a revista americana “Time” ter escolhido um de seus pares como “personagem do ano” na semana passada.
 
Ele está acampado com outros 50 europeus em barracas em um parque próximo ao Coliseu, no centro de Roma.
Até 15 de maio, estudava. Foi a uma manifestação em Madri e nunca mais deixou o 15M -referência à data que marcou a onda de “indignação” espanhola.
“Não fazia sentido continuar estudando se não há emprego”, diz Javier debaixo de uma tenda no parque.
Eles estão ali há dois meses e esperam gente de outros países para uma “grande manifestação” na capital italiana em 15 de janeiro.
A atual crise na Europa afeta principalmente os mais jovens.
O desemprego médio de 8,5% na Itália sobe a 29% entre os que têm entre 15 a 24 anos. Na Espanha, essa relação passa de 22,5% para 45%.
Os governos dos dois países estudam implementar mais um “modelo alemão” (além do rigor orçamentário) para atacar o problema.
Na Alemanha, 7 milhões se sujeitam a contratos de trabalho em que recebem no máximo € 400 ao mês (R$ 960).
Como comparação, o rendimento médio dos ocupados (com ou sem carteira) no Brasil é de R$ 1.600.
Entre os alemães, a média dos que têm um dos chamados “minijobs” (trabalho mínimo) é de € 230 (R$ 550).
O acordo entre empregador e empregado é precário. Mas o trabalhador não sofre descontos no pagamento.
Já o empregador paga 2% ao fisco, 15% à Previdência e 13% à Seguridade Social, que engloba atendimentos na área de saúde.
Para o teto máximo de € 400, o empregador recolhe cerca de € 120 (R$ 290).
Nesta semana, o governo do primeiro-ministro italiano, Mario Monti, deve aprovar no Senado as medidas de corte de gastos e aumento de impostos visando equilibrar as suas contas.
O pacote persegue uma economia de € 33 bilhões (R$ 80 bilhões). Monti prometeu que este será “o último sacrifício” a ser pedido aos italianos.
Quando totalmente implementadas, as medidas deste e do governo anterior, de Silvio Berlusconi, custarão cerca de € 3.160 (R$ 7.600) por ano, a partir de 2014, a cada família média italiana.
O cálculo de um instituto de defesa dos consumidores leva em conta os impostos cobrados sobre o consumo (de produtos como cigarros e gasolina, hoje a R$ 4,10 o litro) e taxas que incidem sobre residências.