NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou ontem a Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao acusar a entidade de ter se tornado “pelega” no governo Luiz Inácio Lula da Silva. No domingo, a CUT divulgou um manifesto junto com a Força Sindical, CGBT, CTB e a Nova Central em que contestam a informação de que Serra teria criado o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o seguro-desemprego.

“A CUT era uma entidade sindical anti-pelega até o PT chegar ao governo. Depois virou uma entidade super-pelega. Aquilo que havia na época do Jango (João Goulart), quando se falava de pelego, não tem nada a ver com o que tem agora. Eles eram aprendizes de pelegos com relação ao que se tem hoje”, afirmou Serra após receber propostas da União Geral dos Trabalhadores (UGT) para os presidenciáveis.

Das seis centrais sindicais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho, quatro (CUT, CGBT,CTB e Nova Central) já declararam apoio à candidata do PT, Dilma Rousseff. A Força Sindical está dividida, embora seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), tenha aderido à petista. A UGT anunciou que permanecerá neutra.

Ao justificar a decisão, Ricardo Patah, presidente da central, alegou que a entidade tem dirigentes filiados a partidos de oposição, como PPS e DEM. Mesmo assim, Patah agradeceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por conquistas dos sindicalismo em seu governo, como o reconhecimento das centrais e a medida provisória que indexa o reajuste do salário mínimo ao crescimento do PIB de dois anos anteriores, além da inflação medida pelo IPCA. “Liberei os sindicatos, mas sou lulista. Foi o maior presidente que o Brasil já teve”, disse. Majoritariamente formada por sindicatos de comerciários, em 2009 a UGT recebeu R$ 24 milhões do imposto sindical.

Apesar de se declarar neutra, as propostas da UGT para os presidenciáveis não diferem substancialmente das reivindicações das demais centrais. Todas defendem a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a reforma sindical e a abertura de órgãos federais, como o Conselho de Política Monetária (Copom), à representantes dos trabalhadores.

Dilma não compareceu ao evento, mas foi representada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

A candidata do PV, Marina Silva, foi a segunda a discursar para uma plateia de 250 trabalhadores e foi aplaudida em diversos momentos. À vontade, lembrou do seu tempo de sindicalista, em 1984, quando era coordenadora da CUT no Acre ao lado do ambientalista Chico Mendes. “Tenho uma origem muito parecida com os que estão aqui”, destacou Marina, que defendeu a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

Último a falar, Serra fez um discurso técnico e para uma plateia cansada e menor do que aquela que havia assistido à sua antecessora. Em meio à polêmica com as centrais, o tucano reafirmou que participou da autoria do FAT e do seguro-desemprego. “No final dos anos 80 cheguei a publicar um manual dos direitos dos trabalhadores e também fiz a emenda que vinculou o PIS/ Pasep ao seguro-desemprego. Meu projeto é que falava no FAT, mas nessa campanha os profissionais da mentira ficam buscando coisas novas que é para a gente ficar desmentindo a mentira”, disse Serra.