O mercado de trabalho deverá continuar aquecido neste ano, porém o crescimento do emprego terá um ritmo menor do que em anos anteriores. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sobre a criação de vagas já mostram uma tendência de redução da alta. Em fevereiro, por exemplo, foram abertos 150,6 mil postos, 57% a menos do que no mesmo mês do ano passado. “O mercado de trabalho deve continuar aquecido, mas o crescimento deve ser menos veloz até por uma questão natural. É mais fácil reduzir a taxa de 10% para 9% do que de 5% para 4%”, afirma André Portela, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV-São Paulo).
Segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 3,2% este ano e 4,2% em 2013. A última Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou um baixo índice de desocupação no país. Em fevereiro, o desemprego foi de 5,7%, menor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2002.
Conforme Claudio Dedecca, professor da Unicamp, com o mercado de trabalho ainda em crescimento, a tendência é que os desligamentos espontâneos continuem crescendo. Outro fator que também vai pesar para um desemprego menor é que o crescimento da população que ingressará no mercado de trabalho deverá ser menor nos próximos anos do que já foi no passado. “No passado, nós tínhamos um crescimento de 10% para um população que crescia 4%. Hoje, o país cresce 5%, mas a população aumenta bem menos.”
