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Em setembro, o total de lares brasileiros com dívidas a vencer chegou a 79,3%, o terceiro aumento consecutivo em 2022

por Iram Alfaia

A crise econômica gerada pelo desgoverno Bolsonaro vem avançado e, este ano, já deixou 33 milhões de brasileiros passando fome. Não bastasse isso, os efeitos dessa estagnação causaram endividamento recorde entre a população mais pobre do país. Pela primeira vez, os brasileiros endividados nesse segmento ultrapassa 80%.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que realiza todos os meses a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), a proporção de endividados entre os consumidores com renda inferior a 10 salários mínimos aumentou 0,4% e atingiu 80,3%, o maior patamar da série histórica da pesquisa.

Em setembro, o total de lares brasileiros com dívidas a vencer chegou a 79,3%, o terceiro aumento consecutivo em 2022.

“Podemos observar que o alto nível de endividamento e os juros elevados afetam, sobremaneira, o orçamento das famílias de menor renda, ao encarecerem as dívidas já contraídas”, diz o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

A Confederação diz que a maior parte das famílias que relata estar endividadas, 85,6%, possui contas a vencer no cartão de crédito, que apresentou também a maior alta em um ano.

“Em seguida, entre as que cresceram, vêm as dívidas nos carnês de loja, que representam 19,4% e aumentaram 0,6 p.p. (ponto percentual) no ano, e as no cheque especial, que são 5,2% e tiveram crescimento de 0,6 p.p”, explicou nota da entidade.

Repercussão

Para o líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Renildo Calheiros (PE), a conta é simples: “Sem emprego, inflação nas alturas e diminuição do poder de compra, o endividamento das famílias chegou a 79,3% do total de lares”.

Calheiros diz ainda que é preocupante o fato de o endividamento superar os 80% pela primeira vez entre os brasileiros com renda inferior a 10 salários mínimos. “Precisamos criar empregos dignos, garantir remuneração adequada à população e mudar essa realidade. Não podemos achar normal que mais de 64 milhões de brasileiros estejam negativados”, criticou.

“O governo Bolsonaro foi tão desastroso para o Brasil que mais de 70% das famílias brasileiras estão endividadas. Nas casas onde os trabalhadores ganham menos de 10 salários mínimos piora, o endividamento registrou um aumento para 80%. O Brasil tem jeito! É Lula, é 13!”, afirmou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA),

A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, diz que Bolsonaro e Guedes (Paulo, ministro da Economia) jogaram o povo no endividamento e hoje 64 milhões de pessoas estão inadimplentes, 4 em cada 10 brasileiros. “Com Lula, vamos renegociar a dívida do povo com juros menores, coisa que Bolsonaro nunca quis fazer”, afirmou

“Quem olha pra economia vê o desastre do governo Bolsonaro, que tem reflexos diretos na vida das famílias brasileiras. Vivemos tempos de inflação, desemprego, salário baixo e endividamento. Mas Lula tem as propostas e a experiência necessárias para mudar essa realidade”, observou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

VERMELHO

https://vermelho.org.br/2022/10/24/endividamento-bate-recorde-entre-a-populacao-mais-pobre-do-pais/