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O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é alvo de denúncias segundo as quais usou o mandato para atender a interesses do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás.
Cachoeira foi preso no fim de fevereiro, e dias depois surgiram as primeiras informações sobre o envolvimento do senador com o contraventor.
Veja abaixo a cronologia dos principais fatos que envolvem a relação de Demóstenes com o contraventor.A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)cobra que o senador renuncie. Caso Demóstenes deixe o cargo, ele ficará inelegível, conforme a Lei da Ficha Limpa, uma vez que já há pedido do PSOL para abertura de processo para investigá-lo no Conselho de Ética do Senado.
Carlinhos Cachoeira ficou conhecido pelasuspeita de pagar propina a Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil no começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, escândalo revelado em 2004.
2 de março29 de fevereiro
OPERAÇÃO MONTE CARLO
Polícia Federal deflagra operação contra exploração do jogo ilegal em Goiás. São 35 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão. Entre os presos está Carlinhos Cachoeira, detido na Superintendência da PF em Brasília e depois transferido para um presídio federal em Mossoró (RN).
PRESENTES DE CACHOEIRA
Reportagem da revista “Época” mostra ligações entre Demóstenes Torres e o contraventor. Segundo a revista, Cachoeira deu um fogão e uma geladeira como presentes de casamento ao senador.
6 de março
TRIBUNA DO SENADO
Após a repercussão de seu relacionamento com o bicheiro preso, Demóstenes fala na tribuna do Senado e confirma a amizade. Ele diz, porém, que nunca teve negócios com Cachoeira. O senador afirma que mantinha conversas frequentes com Cachoeira porque o empresário se casou com a ex-mulher de seu suplente e porque as esposas dos dois são amigas.
19 de março14 de março
ANÁLISE DA PGR
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que vai analisar diálogos gravados pela Polícia Federal entre Carlos Cachoeira e parlamentares de Goiás, entre eles Demóstenes Torres.
CACHOEIRA DENUNCIADO
Ministério Público Federal de Goiás denuncia Cachoeira e mais 80 envolvidos com o jogo ilegal.
23 de março
DINHEIRO EMPRESTADO E INVESTIGAÇÃO DESDE 2009
Reportagem de “O Globo” afirma que gravações da PF mostram que Demóstenes pediu R$ 3 mil emprestado ao bicheiro para pagar um táxi-aéreo. Jornal revela ainda indícios de que o senador vazava informações sobre reuniões no Congresso para Cachoeira. No mesmo dia, a Procuradoria Geral da República informa que analisa o elo de parlamentares com o bicheiro desde 2009, mas que a investigação ficou parada e acabou sendo retomada após o recebimento do material referente à Operação Monte Carlo.

24 de março

DEFESA NO TWITTER
No microblog Twitter, Demóstenes defende-se das denúncias sobre o envolvimento com Carlos Cachoeira. “A tudo suporto porque nada fiz para envergonhar meu partido, o Senado, Goiás e o Brasil. Essa é a verdade que, ao final, prevalecerá.”
27 de março26 de março
‘CONSTRANGIMENTO’ NA OPOSIÇÃO
Líderes do DEM e do PSDB começam a questionar o envolvimento de Demóstenes com Cachoeira. “A oposição já é limitada e esse episódio cria constrangimento e cala uma das vozes fortes da oposição”, disse Álvaro Dias (PSDB-PA).
AFASTAMENTO DA LIDERANÇA E PEDIDO DE INQUÉRITO
Demóstenes pede afastamento da liderança do DEM no Senado com o argumento de que pretende se defender das denúncias. No mesmo dia, o procurador-geral da República pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra inquérito para apurar as denúncias.
28 de março
CONSELHO DE ÉTICA
O PSOL pede abertura de processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar. A partir do pedido de instauração do processo, o senador pode ficar inelegível se renunciar ao mandato de senador, conforme prevê a Lei da Ficha Limpa.
30 de março 29 de março
STF DETERMINA QUEBRA DE SIGILO
Após pedido do procurador-geral, o ministro do Supremo Ricardo Lewandowski decide abrir inquérito para investigar Demóstenes edetermina a quebra do sigilo bancário do senador pelo período de dois anos.
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
Reportagem de “O Globo” informa que o senador usou o cargo para beneficiar Cachoeira. Nas escutas obtidas pelo jornal, referentes à Operação Vegas, de 2009, há conversas que se referem desde a interferência em processo judicial ao lobby para regularização dos jogos de azar no Congresso Nacional. Segundo o jornal, o senador também teria interferido, a pedido de Cachoeira, em negócios da estatal Infraero. DEM cobra que Demóstenes dê explicações sobre as denúncias.
1º de abril31 de março
DEM FALA EM EXPULSÃO
Novas gravações apontam que Demóstenes atuou em órgãos públicos como Ibama, Infraero e Anvisa para tentar beneficiar Cachoeira. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o senador, afirma que vai recorrer ao Supremo para tentar anular a investigação da PF. Para o advogado, por ter foro privilegiado, só o STF poderia autorizar que Demóstenes fosse grampeado. O líder do Democratas na Câmara, deputado ACM Neto, afirma que o DEM pode abrir processo de expulsão se as explicações não forem convincentes.
OAB PEDE RENÚNCIA
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pede a renúncia do senador após as denúncias de tráfico de influência. A defesa do senador afirma que ele “absolutamente não pensa em renunciar”.
2 de abril
DEM ABRE PROCESSO DISCIPLINAR
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), anuncia a abertura de processo disciplinar que pode levar à expulsão de Demóstenes do partido. O DEM havia cobrado explicações, mas o senador de Goiás disse que precisava de mais tempo para analisar o inquérito.