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A prisão neste domingo (24) dos suspeitos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes em 14 de março de 2018 desenrolou um novelo de criminalidade emaranhado no centro do poder do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal (PF), o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa planejou “meticulosamente” o assassinato, que foi idealizado pelos irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ.

Os três foram presos neste domingo pela PF, acusados de mandar matar a vereadora. Eles foram transferidos para Brasília, mas ainda nesta segunda-feira (25) serão levados para diferentes prisões federais, que são de segurança máxima. Eles vão ficar em locais separados por motivos de segurança e para evitar qualquer tipo de contato entre eles.

Entenda, em três tópicos, o caso Marielle Franco:

Os mandantes

Segundo a Polícia Federal, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa planejou “meticulosamente” o assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. O crime foi idealizado pelos irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ.

Segundo os policiais, o então chefe da Polícia Civil agiu com “desídia criminosa” e arquitetou para a investigação do assassinato da vereador não ter qualquer desfecho. As investigações avançaram após a PF entrar no caso e após a homologação da delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial militar executor dos tiros contra a vereadora.

O caso subiu para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) após a citação do nome de Domingos, e para o STF, após chegar a Chiquinho, devido aos respectivos foros privilegiados. Pelo crime, Ronie Lessa também receberia, segundo a PF, “terrenos em novas áreas a serem loteadas pelos irmãos Brazão” depois da execução do homicídio.
Quem são os irmãos Brazão

Os executores

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes foi praticado pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, que está preso e fechou um acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal.

Segundo a PF, Rivaldo Barbosa “foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato, ao ter total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições e exigências”. Ainda de acordo com a investigação, o delegado deu uma “garantia prévia de impunidade” aos mandantes do crime.

Segundo a Polícia Federal, Rivaldo fez uma única exigência para o executor do crime: que Marielle não fosse executada no trajeto de deslocamento para a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, chegando ou saindo dela.
Quem é Roni Lessa

As motivações

Uma das linhas de investigação, deflagrada pela delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, é de que o crime tenha sido motivado pela expansão territorial da milícia no Rio. A delação de Lessa foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A operação foi deflagrada no domingo, excepcionalmente, para surpreender os suspeitos. O ex-PM está preso desde 2019, junto com Elcio Queiroz, foram os executores do crime.

De acordo com a Polícia Federal, os irmãos Brazão infiltraram um miliciano no PSOL, partido de Marielle, para monitorar a vereadora. O integrante da milícia foi quem levantou informações de que Marielle pediu para a população não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícias.

Veja a íntegra do relatório final do caso Marielle

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CONGRESSO EM FOCO