NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Dois dos cinco estados que têm salários mínimos regionais enviaram às assembleias legislativas projetos de lei que aumentam os pisos locais para até R$ 630 – R$ 85 a mais do que o proposto pelo governo federal para o mínimo nacional. No Paraná, o mínimo já é de R$ 663, mas ainda não há previsão de qual será o reajuste.

Nos estados, há várias faixas de piso salarial conforme as categorias. Em Santa Catarina, os mínimos propostos pelo governo vão de R$ 630 a R$ 730, dependendo da profissão do trabalhador. Em São Paulo, os pisos variam entre R$ 600 e R$ 620. Nos dois casos, os deputados estaduais ainda precisam votar as propostas.

O governo federal aumentou o salário mínimo de R$ 510 para R$ 540 desde o começo deste ano e, após analisar os dados consolidados sobre a inflação, sugeriu ampliar o piso para R$ 545, reajuste de 6,86% em relação aos R$ 510 pagos em 2010. As centrais sindicais, no entanto, pleiteiam salário de R$ 560, enquanto que parte da oposição pede salário mínimo de R$ 600. O governo federal diz que não é possível conceder aumento maior do que R$ 545.

A lei complementar 103/2000 – clique para ver – autoriza as unidades da federação a instituírem pisos salariais locais para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, como aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou salário determinado por convenção ou acordo coletivo de trabalho. Estão neste grupo, por exemplo, empregados domésticos, motoboys e outros trabalhadores da iniciativa privada.

Conforme especialistas, nenhum trabalhador pode ganhar menos do que o salário mínimo nacional, previsto pela Constituição. Por conta disso, os mínimos estaduais são sempre maiores do que o piso nacional.

No entanto, apenas cinco das 27 unidades da federais têm mínimo regional: além de Santa Catarina e São Paulo, há o piso local no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Os três estados informaram que estão em fase de negociação dos salários para 2011.

No Rio, por exemplo, o aumento pleiteado chega a 18,3%. As centrais sindicais gaúchas querem aumento de 17% para todas as faixas do mínimo regional. No Paraná, os trabalhadores ainda não definiram um percentual de aumento, mas o estado certamente terá o maior piso do país, uma vez que o mínimo atual já é de R$ 663.

Em Minas Gerais, há propostas na Assembleia Legislativa para criação de um piso regional. O tema deve ser avaliado na atual legislatura. No Distrito Federal, as centrais sindicais informaram que querem negociar neste ano um piso local com o governo do estado.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa das assembleias dos demais 20 estados, que informaram que as Casas não têm propostas para criação do mínimo regional.

Confira no quadro abaixo como está a situação do reajuste nos cinco estados com mínimo regional.

ESTADO SALÁRIO MÍNIMO ATUAL SITUAÇÃO DO REAJUSTE

Paraná

São quatro faixas salariais:
Grupo 1 – Trabalhadores na agricultura: R$ 663,00
Grupo 2 – Trabalhadores em serviços administrativos, domésticos e gerais,
vendedores e trabalhadores de reparação: R$ 688,50
Grupo 3 – Trabalhadores na produção de bens e serviços industriais: R$ 714,00
Grupo 4 – Técnicos de nível médio: R$ 765,00

Governo informou que está dialogando com as centrais sindicais para estabelecer um projeto que será enviado à Assembleia. A data-base do reajuste é 1º de maio.

Rio de Janeiro

São nove faixas salariais:
Grupo 1 – Trabalhadores agropecuários e florestais: R$ 553,31
Grupo 2 – Empregados domésticos, de manutenção, empresas comerciais, industriais, serviços gerais e outros: R$ 581,88
Grupo 3 – Serviços administrativos, cozinheiros, operadores de caixas, manicures, trabalhadores da indústria de calçados, moto-boys e outros: R$ 603,31
Grupo 4 – Construção civil, cobradores de transporte coletivo, garçons e outros: R$ 624,73
Grupo 5 – Administradores, trabalhadores de artes gráficas, trabalhadores de edifícios e condomínios, atendentes de consultório e outros: R$ 646,12
Grupo 6 – Telefonistas, atendentes de call center e outros: R$ 665,77
Grupo 7 – Trabalhadores de serviço de contabilidade de nível técnico e técnico em enfermagem: R$ 782,93
Grupo 8 – Professores e técnicos de eletrônica: R$ 1.081,54
Grupo 9 – Administradores de empresas e advogados: R$ 1.484,58

Secretaria Estadual de Trabalho e Renda (Setrab) informou que vai esperar definição sobre o salário mínimo nacional. A Central Única dos Trabalhadores no estado (CUT-RJ) informou que pleiteia 18,32% de aumento. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apresentou ao governo estadual proposta de reajuste idêntica à do mínimo federal.

Rio Grande do Sul

São quatro faixas salariais:
Grupo 1 – Trabalhadores da agricultura, domésticos, construção civil e outros: R$ 546,57
Grupo 2 – Trabalhadores na indústria do vestuário, estabelecimentos de saúde e outros: R$ 559,16
Grupo 3 – Trabalhadores na indústria de alimentação e outros: R$ 571,75
Grupo 4 – Trabalhadores metalúrgicos, de condomínios e outros: R$ 594,42

Governo informou que está em fase de negociação com as centrais sindicais e que deve enviar proposta para Assembleia até o fim do mês. Central Única dos Trabalhadores (CUT) no estado informou que pleiteia aumento de R$ 17% para todas as faixas salariais.

Santa Catarina

São quatro faixas salariais:
Grupo 1 – Empregados domésticos, trabalhadores na agricultura, motoboys e outros: R$ 587,00
Grupo 2 – Indústria de vestiário, estabelecimentos de saúde e outros: R$ 616,00
Grupo 3 – Trabalhadores nas indústrias químicas, de alimentação, comércio e outros: R$ 647,00
Grupo 4 – Trabalhadores nas indústrias metalúrgicas, motoristas e outros: 679,00

O governo enviou no começo deste mês proposta à Assembleia para reajustes que variam entre 7,1% e 7,5% dependendo das faixas. Se a proposta for aprovada, os salários passarão para:
Grupo 1: R$ 630,00
Grupo 2: R$ 660,00
Grupo 3: R$ 695,00
Grupo 4: R$ 730,00

São Paulo

São três faixas salariais:
Grupo 1 – Trabalhadores domésticos, de limpeza, trabalhadores agropecuários, motoboys e outros: R$ 560
Grupo 2 – Operadores de máquinas, construção civil, cabelereiros, operadores de telemarketing e outros: R$ 570
Grupo 3 – Trabalhadores da saúde, técnicos em eletrônica e outros: R$ 580

O governo enviou no começo deste mês proposta à Assembleia para reajustes que variam entre 6,9% e 7,14% dependendo das faixas. Se a proposta for aprovada, os salários passarão para:
Grupo 1: R$ 600
Grupo 2: R$ 610
Grupo 3: R$ 620

Fonte: G1/Globo