NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Estatura, gravidez e chefe com filha podem influenciar a empregabilidade e política de remuneração das mulheres

Mulheres altamente qualificadas sofrem uma importante queda na trajetória de remuneração a partir do momento que têm filhos. Elas também são líderes menos democráticas e, no momento de uma promoção, mais exigidas do que os homens. No Japão, se bem sucedidas, têm menos chance de casar – o efeito é o contrário nos EUA e na Suécia, onde maior salário significa maior chance de encontrar um marido. As mulheres ainda se beneficiam quando o CEO da empresa em que trabalham tem uma filha mulher – há um impacto positivo na remuneração delas para cada nova filha. O salário também pode variar positivamente dependendo da altura das mulheres. Elas ganham mais caso sejam um pouco mais baixas do que a média – no campo masculino, os mais altos ganham mais.

Todas essas são conclusões de pesquisas recentes que estudam a relação entre mulheres, mercado de trabalho e comportamento. No Brasil, a equiparação salarial com os homens é um movimento em crescimento constante, segundo Carlos Contar, diretor regional da Business Partner Consulting, uma consultoria de recrutamento. “As mulheres estão cada vez mais ganhando espaço nas organizações. Um símbolo disso é que temos agora uma presidente mulher. Se olharmos os processos de recrutamento, é selecionado hoje o mesmo número de homens e mulheres”, afirma.

Primeira mulher a dirigir uma unidade industrial da Petrobras, a mineira Elza Kallas comanda a Unidade de Industrialização do Xisto da Petrobras, em São Mateus do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Em 2006, ela deixou os filhos em Belo Horizonte para trabalhar aqui e aprendeu a ser dona de casa a distância. “Tive uma grande oportunidade de me tornar gerente-geral e tive que tomar a decisão de vir para cá”, conta ela. “Meus filhos já eram grandes e, com o tempo, eu acabei percebendo que o importante não é o quanto eu convivo com eles, mas a qualidade do tempo junto. Hoje, eu os vejo a cada duas semanas, mas aprendi a organizar a casa daqui. Mulher acha um jeito para tudo”, diz. Em média, apenas 12% da força de trabalho das unidades industriais da Petrobras são formadas por mulheres.

Para Marlene Fuverki Sugui­matsu, desembargadora federal do Tribunal Regional do Trabalho e professora de Direito do Tra­balho do UniCuritiba, a carreira no serviço público ainda é uma garantia para as mulheres de igual­­dade de oportunidades, se comparada à iniciativa privada. “Eu trabalho diretamente com o direito do trabalho e o mercado ainda é pesado para mulheres”, diz. Mãe de três filhos, ela diz que nunca pensou em abdicar de seguir uma carreira para ser dona do lar. “Há um sacrifício, mas é possível conciliar. E sempre contei muito com a compreensão dos meus filhos e do meu marido”, afirma.

Fonte: Gazeta do Povo