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A taxa de desemprego caiu nos Estados Unidos e o otimismo dos consumidores aumentou
 
A sensação nos Estados Unidos é de que a recessão já passou, mas os bons tempos anteriores à crise de 2008 ainda estão distantes. Os números melhoram, mas os índices econômicos permanecem aquém do considerado ideal para a maior economia do mundo. 
Nesta semana, a taxa de desemprego caiu, as exportações cresceram e o otimismo dos consumidores aumentou. As três gigantes automobilísticas de Detroit (GM, Ford e Chyrsler), que estiveram perto da quebra em 2009, viram as compras de carros dispararem em dezembro. Nos últimos dois anos, a indústria americana registrou crescimento no emprego, algo inédito desde 1997, segundo o Departamento do Trabalho. Para completar, as vendas no varejo entre o Dia de Ação de Graças e o Natal bateram recordes. A elevação foi de 3,3%, segundo índice da Thompson-Reuters. A Macy’s chegou a registrar aumento de 6,6% na comparação com o mesmo período em 2010. 
Ao mesmo tempo, o índice de confiança do consumidor é pouco mais da metade do auge em 1985. O desemprego, que caiu para 8,5%, continua mais do que o dobro da taxa ideal e a queda se deveu em grande parte à desistência de muitos procurarem trabalho. Ao todo, 5,2 milhões de americanos estão fora do mercado há mais de seis meses. As vendas no varejo cresceram em grande parte por causa de promoções de até 60%. A compra de carros tampouco voltou aos níveis de uma década atrás. 
E mesmo esse frágil aquecimento pode ser revertido, caso um agravamento da crise na Europa afete essa morna recuperação americana. Por enquanto, conforme mostra a elevação de 16% do índice S&P 500, da Bolsa de Valores de Nova York, em relação ao piso em 2011, os investidores ainda acreditam que os americanos conseguirão superar os problemas europeus e uma desaceleração na China. “O dano provocado pela crise da zona do Euro para a economia dos EUA tem sido menor do que o previsto”, afirma o banco Goldman Sachs em relatório. 
O presidente Barack Obama vem recebendo críticas tanto da direita como da esquerda. Segundo Roger Hickey, fundador do Economic Policy Institute, de viés mais liberal (nos EUA, de esquerda), “seria necessário criar mais de 350 mil empregos por mês pelos próximos três anos para a taxa cair abaixo dos 6%. O número de dezembro é insuficiente. E leve em conta que muitos deixaram de procurar emprego”. Já para o conservador James Pinkerton, da conservadora RATE Coalition e ex-assessor de Ronald Reagan e George Bush, uma redução nos impostos pagos pelas corporações deve ser implementado imediatamente. “Desde a depressão de 1930, a taxa de desemprego não permanece alta por tanto tempo, com o governo sendo incapaz de criar mais postos de trabalho”, diz. 
John Boehner, que lidera os republicanos no Congresso dos EUA, afirmou ontem que as ações de Obama, como o programa de estímulo, apenas atrapalharam a criação de emprego. Mitt Romney, favorito para disputar a eleição presidencial pela oposição em novembro, acrescentou no Twitter que “os Estados Unidos perderam 1,7 milhão de empregos durante a administração Obama”. 
Em artigo no New York Times, o Nobel de Economia, Paul Krugman, defendeu o desempenho de Obama e criticou as afirmações de Romney e outros republicanos. “A economia perdeu 3,1 milhões de empregos entre janeiro de 2009 e junho de 2009”, no primeiro semestre do atual governo. “Desde então, já foram criados 1,2 milhão de empregos. Não é o bastante, mas não dá para caracterizar destruição de empregos, como faz Romney”, escreveu. Apesar de a recuperação da Grande Recessão ser lenta, a persistente expansão tem produzido modestos, mas notáveis ganhos para os desempregados. E a velocidade desses ganhos aumentou na segunda metade de 2011″, disse em análise. 

Para Lynn Franco, diretor do Conference Board Consumer Research Center, “a visão dos consumidores sobre as condições econômicas melhoraram de novo. Olhando para a frente, eles estão mais otimistas com as condições para os negócios e as perspectivas de emprego. Além disso, acreditam que suas situações financeiras vão melhorar. Por outro lado, vale notar que ainda é cedo para dizer se esta melhora apenas se deve a um retorno de quedas anteriores na confiança, ou se realmente trata-se de algo sustentável, com uma mudança no comportamento”. 

Segundo pesquisa da CNN, 57% dos americanos consideram a economia o principal problema dos Estados Unidos. Desde que Obama assumiu o poder, esse tem sido o tópico que mais preocupa a população americana, em um cenário bem diferente dos tempos de George W. Bush. Na época, a política externa e o terrorismo dominavam a agenda população. Atualmente, esses dois pontos somados não chegam a ultrapassar os 10% quando os entrevistados são questionados sobre o futuro do país.