Pedidos encerraram a semana passada em 231 mil, forte alta ante os 209 mil na semana anterior, quando os analistas esperavam que o número chegasse a 212 mil. É uma boa notícia para os juros
Por Marília Almeida, Valor Investe — São Paulo
Os novos pedidos por seguro-desemprego nos Estados Unidos somaram 231 mil na semana encerrada em 4 de maio, uma forte alta ante o número revisado de 209 mil registrados na semana anterior, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Departamento do Trabalho (DoL) do país. É o maior nível em nove meses, desde agosto de 2023.
As projeções dos analistas apontavam para um aumento no número de pedidos para 212 mil.
Com os dados de hoje, a média das últimas quatro semanas subiu de 210,2 mil para 215 mil, um sinal de que o mercado de trabalho americano está desaquecendo.
Um mercado de trabalho que desacelera mais do que esperado pelos investidores é benéfico para investimentos de risco, como ações. Isso porque diminuem a cautela do BC dos EUA, o Federal Reserve (Fed), com relação à inflação e podem fazer com que o ciclo de corte de juros comece mais cedo do que o previsto.
Contudo, na visão de Nancy Vanden Houten, economista chefe dos EUA da Oxford Economics, o dado apenas indicará uma maior flexibilização nas condições do mercado de trabalho se o nível mais alto de pedidos persistir ou aumentar ainda mais. “Uma semana de dados não muda nossa recomendação para que o Fed mantenha as taxas de juros nos níveis atuais até setembro”.
Após o Fed manter os juros, dirigentes vêm mostrando visões distintas sobre as taxas. Há os que pensam que as taxas estão em um bom patamar e os que têm dúvidas se mais uma alta não será necessária. Mas dois diretores que votam nas decisões sobre juros da autoridade monetária americana afastaram a possibilidade de aumentos. Após o discurso de Powell o mercado voltou a prever duas altas de juros até o final do ano.
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