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Uma série de reportagens sobre a indústria do luxo no Brasil, publicadas no diário International Herald Tribune, a versão internacional do nova-iorquinoThe New York Times, afirmam que o setor está vivendo um tal boom no país que, em breve, faltará oferta para tanta procura.

O aquecimento do mercado brasileiro de bens de luxo é traduzido no título de umas das reportagens do especial, “Procura-se: Lugares para Gastar Dinheiro”.

“Com uma economia que cresceu 7,5% em 2010, os brasileiros – em particular os moradores das grandes metrópoles na metade sul do país – têm bastante dinheiro para gastar. Em breve, porém, parece que não terão mais lugares suficientes onde gastá-lo”, diz a reportagem.

O texto chega a se perguntar se “a onda da moda (alta costura)” no Brasil está “suplantando a sua cultura de praia”.

Segundo uma consultoria citada no especial, Bain & Co., de Boston, o mercado de luxo no Brasil já atinge o valor de US$ 2,5 bilhões, e a expectativa é de que cresça a uma taxa de 10% a 15% ao ano nos próximos cinco anos – dois a três vezes mais rápido que na Índia, para efeito de comparação.

“Mas por questões de tradição e de segurança, à exceção de um pequeno número, quase todas as compras de bens de luxo são feitas em shopping centers. E apesar da economia em crescimento e de uma população estimada em 203,5 milhões de habitantes, o país tem apenas 418 shoppings com mais de 5 mil m²”, afirma a reportagem.

“Isto significa 10 mais que em 2010, mas o ritmo de construção não está acompanhando a demanda, e a falta de espaço de varejo está se tornando um desafio para as grandes marcas de luxo ávidas em se expandir para este mercado em crescimento.”

Particularidades

As reportagens também tocam nas particularidades do mercado brasileiro, como a tradição de designers e marcas próprias de alta qualidade reconhecidos internamente e no exterior, o nível de serviços demandado pelo consumidor brasileiro, e a pouca relevância do comércio online no mercado de luxo.

Um dos artigos afirma que, comparado com os shoppings centers vazios na China, as lojas de departamento da Rússia e o caos das lojas no centro de Nova Déli, o ambiente de compras nos zonas de compras e shoppings brasileiros é uma “colmeia de comércio glamouroso”.

Diferente dos indianos e chineses, que têm mais tradição de poupar, os brasileiros gostam de gastar e os mais ricos não se incomodam em ostentar seu dinheiro, afirma o jornal.

A vaidade e a disponibilidade de pagar mais, mas também as altas taxas de importação, são fatores que contribuem para os preços exorbitantes dos produtos de luxo no Brasil, muito mais altos que nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo.

Entretanto, diz um lojista entrevistado na reportagem, os ricos brasileiros não se importam de pagar mais desde que tenham acesso às melhores mercadorias com rapidez e facilidade.

E os efeitos do alto poder aquisitivo de uma parte dos brasileiros também se nota no exterior, especialmente nos Estados Unidos, onde são os principais clientes de diversas lojas.