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Média é de 850 mil lesões diárias, ou 4 ou mais dias fora do trabalho.
Número de enfermidades mortais cresceu de 1,95 milhão para 2,02 milhões

O XIX Congresso sobre Segurança e Saúde no Trabalho, organizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Associação Internacional de Seguridade Social (AISS),  aberto no dia 11 de setembro na Turquia, debaterá novo relatório da OIT que mostra que o número total de acidentes e enfermidades mortais relacionadas com o trabalho aumentou entre 2003 e 2008.

Enquanto o número de acidentes mortais caiu de 358 mil para 321 mil durante esse período, o número de enfermidades mortais aumentou de 1,95 milhão para 2,02 milhões. Isso equivale a uma média de mais de 6.300 mortes diárias relacionadas com o trabalho e cerca de 317 milhões de trabalhadores feridos em acidentes de trabalho a cada ano – média de cerca de 850 mil lesões diárias, as quais se traduzem em quatro ou mais dias de ausência do trabalho.

O diretor-geral da OIT, Juan Somavia, assinalou que “os acontecimentos dramáticos como o acidente nuclear em Fukushima, Japão, neste ano, o acidente no rio Pike na Nova Zelândia no ano passado, foram as notícias mais importantes. No entanto, a maioria das lesões, enfermidades e mortes relacionadas com o trabalho passam despercebidas e não se informa sobre elas. Os trabalhadores e suas famílias ficam desprotegidos e sem ajuda para fazer frente a essas situações”.

De acordo com o relatório, foram obtidos progressos significativos na segurança e saúde no trabalho durante as últimas décadas. Isso se deve a uma maior compreensão da necessidade de prevenir acidentes e deficiências na saúde no trabalho. Existe também uma tomada de consciência cada vez maior dos graves problemas que as condições inseguras e insalubres no local de trabalho causam à saúde e bem-estar de mulheres e homens, além de seus efeitos negativos sobre a produtividade, o emprego e a economia em geral.

Por outro lado, o relatório afirma que “a recessão mundial deve ter tido um impacto significativo sobre a segurança e a saúde dos trabalhadores e sobre suas condições de trabalho. Embora seja cedo para falar sobre os efeitos a longo prazo nas taxas de acidentes e enfermidades em nível mundial, existem provas de alguns dos progressos alcançados recentemente em termos de promoção de segurança e saúde no trabalho estão se perdendo, ao mesmo tempo em que as empresas lutam para permanecer produtivas”.

“O incremento da intensidade do trabalho vinculado às pressões relativas ao rendimento das empresas podem levar a que se dedique menos tempo à prevenção e a sistemas menos eficazes na gestão da segurança e saúde no trabalho”, diz o relatório. “Os programas de manutenção das instalações estão em risco de ser reduzidos, aumentando os riscos de acidentes devido a uma manutenção deficiente e à falta de investimentos em novos equipamentos. Isto também pode significar que os trabalhadores têm que seguir trabalhando com instalações, equipamentos e ferramentas mais velhas e perigosas”.

O relatório assinala ainda que os fatores psicológicos, como a tensão, o assédio e a violência no trabalho têm um impacto relevante sobre a saúde dos trabalhadores e acrescenta que “estes fatores tendem a ser mais significativos à medida que o trabalho se torna mais precário para alguns e as cargas e horas de trabalho aumentam para os que permanecem nos postos de trabalho”.

O XIX Congresso Mundial também estabelecerá as diretrizes e prioridades da próxima reunião mundial em 2014.

A reunião de cinco dias congrega mais de 3 mil autoridades executivas, especialistas, dirigentes de indústrias e sindicalistas provenientes de mais de 100 países. Os participantes discutirão temas como enfoques ativos sobre segurança e saúde no trabalho; diálogo social e as associações relativas à segurança e saúde; os novos desafios em um mundo do trabalho em contínua transformação e uma recuperação econômica mundial desigual.

A conferência discutirá ainda os avanços sobre o que foi estabelecido na Declaração de Seul sobre Segurança e Saúde no Trabalho, adotada durante a Cúpula sobre Segurança e Saúde realizada no marco do XVIII Congresso de junho de 2008, antes da eclosão da crise econômica e de emprego em nível mundial. Os signatários da Declaração de Seul comprometem-se a “tomar a iniciativa na promoção de uma cultura em matéria de segurança e saúde e a dar prioridade nas agendas nacionais à segurança e saúde no trabalho”.

Além disso, a Declaração de Seul estabelece pela primeira vez que o direito a um ambiente seguro e saudável deveria ser reconhecido como um direito humano.