Em notícia publicada no dia 03/05 no jornal “Gazeta do Povo”, um representante das empresas de transporte de cargas do Paraná relaciona a escassez de mão de obra no setor de transportes ao crescimento dos salários que estaria pressionando a inflação.
De acordo com a matéria, “a pressão por reajustes de salários, principalmente nos setores onde há escassez de mão de obra, começa a ter efeito sobre a inflação, cuja alta já levou o Banco Central a iniciar um novo ciclo de aperto monetário. Na última quarta-feira, a taxa de juros básica da economia (Selic) aumentou 0,75 ponto percentual, para 9,5% ao ano”.
Diante de tal especulação levantada pelos patrões, nós representantes dos trabalhadores rodoviários questionamos: será que a escassez de mão de obra não está relacionada justamente com os baixos salários no setor de transporte de cargas? será que a escassez de mão de obra não está relacionada com a falta de controle de jornada e com os bancos de horas sem fim no setor? Nós temos certeza que sim!
Os reajustes salariais no setor nos últimos anos não tem passado de pouco mais do que o valor de reposição da inflação (INPC/IBGE). De acordo com a reportagem, o frete para carga fracionada e para transporte urbano, por exemplo, subiu cerca de 18% somente no início deste ano.
Os números reais tem que ser colocados na mesa e os fatos esclarecidos. Faltam candidatos às vagas de emprego porque os salários são baixíssimos e as péssimas condições de trabalho não atraem ninguém.
MUDANÇAS
Este ano, além da luta por reajustes dignos, o mote da campanha salarial unificada da Fetropar e sindicatos filiados está focada no fim da previsão de jornada sem controle e do banco de horas desregrado. A próxima rodada de negociação entre representantes dos trabalhadores e dos empresários ocorre nesta terça-feira (04/05) na sede do Setcepar.