NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

ANÁLISE
MARCOS CÉZARI
DE SÃO PAULO
A decisão do Conselho Curador do FGTS, de permitir que os trabalhadores com contas ativas do fundo possam obter empréstimos para reforma ou ampliação de seus imóveis, é boa apenas para o governo e para os bancos que emprestarão o dinheiro.
A pergunta a ser respondida, simples, é a seguinte: que vantagem há em alguém tomar dinheiro emprestado, a juros de até 12% ao ano, se sua conta do fundo não rende nem 5% ao ano? Resposta: nenhuma.
Mesmo que haja outros objetivos digamos mais “sociais” na proposta (estimular o setor da construção civil, ajudar os que tiveram imóveis danificados por enchentes etc.), os grandes beneficiados serão o governo e os bancos que emprestarão os recursos.
Como só quem tem dinheiro no FGTS poderá usar a linha de crédito, melhor seria permitir que o trabalhador pudesse ter acesso ao seu próprio dinheiro. Afinal de contas, deixar o dinheiro no fundo rendendo 3% de juros mais TR é o pior negócio financeiro para o trabalhador.
Logo, se ele pudesse usar esse dinheiro que é seu, pessimamente remunerado -e não ter de pagar ao menos o dobro para o banco-, aí, sim, haveria vantagem.
Se o trabalhador tivesse mais de R$ 20 mil no fundo (teto do empréstimo), ele poderia usar o dinheiro para a reforma. Se tivesse menos (por exemplo, R$ 12 mil), poderia ter acesso ao crédito de R$ 8.000, permitindo alcançar os R$ 20 mil.
Permitir que R$ 300 milhões sejam usados nessa linha de crédito é uma gota no oceano de mais de R$ 200 bilhões depositados nas contas ativas do FGTS.