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O resultado do Paraná deixa de fora o impacto da segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, na faixa até três salários mínimos

O volume do crédito imobiliário atingiu R$ 2,7 bilhões no Paraná, no primeiro semestre de 2011, equivalentes a 42.072 contratos registrados pela Caixa Econômica Federal (CEF). O resultado divulgado ontem pela instituição financeira representa um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o balanço fechou em R$ 2,1 bilhões. A estimativa é encerrar o ano com R$ 5,5 bilhões em financiamentos de imóveis no estado – 15% a mais que em 2010, quando o banco liberou R$ 4,8 bilhões.

No país, o crescimento foi de 3,4% na comparação com o mesmo período de 2010, com liberação de R$ 34,7 bilhões para habitação – 51% das famílias beneficiadas tinham renda de até dez salários mínimos. A projeção nacional para o ano de 2011 é de R$ 81 bilhões no crédito imobiliário.

O resultado está dentro das expectativas e reflete a confiança do mercado e da economia, assim como ações realizadas pelo banco com construtoras e incorporadoras e eventos que atraem a população, como o Feirão da Casa Própria, avalia o superintendente regional em exercício, Vilmar José Smidarle. “Quem tem emprego e renda sai do aluguel e compra seu imóvel”, justifica.

Smidarle é otimista em relação à expectativa da contratação de crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança. “Quanto mais se empresta, mais se movimenta a economia. É um mercado que se realimenta”, afirma. Mas o superintendente confirma que os recursos atuais não darão conta da demanda a partir de 2012, e afirma que alternativas, como os Certifi­cados de Recebíveis Imo­biliários (CRI) – papéis emitidos atrelados a uma dívida imobiliária, principal instrumento da securitização –, são estudadas pela Caixa.

Minha Casa, Minha Vida

No resultado apresentado pela Caixa falta o impacto da faixa 1 da segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, para pessoas com até três salários mínimos de renda (R$ 1,6 mil). Segundo a instituição, há 2.529 unidades em análise somente de construtoras de Curitiba – a Caixa não soube informar dados de todo o Paraná.

Nas faixas 2 e 3, foram contratados, até 30 de junho desse ano, R$ 716 milhões no Paraná, correspondentes a 11.232 moradias para 45,6 mil pessoas. No Brasil, o volume das duas maiores faixas do Minha Casa, Minha Vida chegou a R$ 12,6 bilhões nesse mesmo período – 167 mil moradias para 550 mil pessoas.

A Caixa divulgou nesta semana lucro líquido de R$ 2,3 bilhões no semestre, crescimento de 36,4% em relação ao mesmo período de 2010, quando o banco atingiu R$ 1,7 bilhão. O resultado foi reflexo do bom desempenho das operações de crédito, que evoluíram 38% em comparação com o mesmo período de 2010, alcançando o saldo de R$ 205,9 bilhões. Em linha com o crescimento da carteira, as receitas de operações de crédito atingiram R$ 12,7 bilhões, 44% a mais do que no primeiro semestre de 2010 – destaque para a receita do crédito habitacional, que evoluiu 59,1%, atingindo R$ 5,5 bilhões.

Números:

R$ 2,7 bilhões
Foram concedidos para o crédito imobiliário no primeiro semestre de 2011 pela Caixa Econômica Federal – no mesmo período de 2010 foram liberados R$ 2,1 bilhões.

R$ 1,2 bilhão da caderneta de poupança foi usado no financiamento imobiliário. O restante dos recursos, R$ 1,5 bilhão, é oriundo do FGTS.

R$ 716 milhões Foram usados como crédito para empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida 2, nas faixas 2 e 3. Não há comparação com o primeiro semestre do ano passado.

36% foi o crescimento do crédito para compra de material de construção através do Construcard, com volume de R$ 205,8 milhões. O cartão permite financiar os gastos em até 60 meses.

51% das famílias beneficiadas com crédito imobiliário da Caixa no primeiro semestre de 2011 tinham renda de até dez salários mínimos.a