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As despesas do governo com o pagamento de juros da dívida federal já somam R$ 217 bilhões este ano, quantia suficiente para a construção de 332 novos aeroportos, ou 3,7 milhões de casas populares. Os números são da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que lançou ontem, véspera da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2011, o “Jurômetro”. A exemplo do “Impostômetro”, um serviço da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que registra em tempo real o volume de impostos pagos pelo contribuinte brasileiro, o “Jurômetro” pretende medir os gastos do governo com o pagamento de juros. Utilizando dados do Banco Central, o sistema da Fiesp considera a Selic e o número de dias úteis sobre o saldo da dívida pública.
 
— A população não sabe se um corte de 0,5 ponto percentual na Selic é bom, nem qual o impacto disso na economia — disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
 
O serviço teve início nesta terça-feira no site www.jurometro.com.gr. A Fiesp também pretende lançar, em janeiro de 2012, em frente ao Banco Central, em Brasília, um painel eletrônico que mostrará o quanto o governo paga anualmente com juros. Outro “Jurômetro” será instalado na fachada do prédio da Fiesp, em São Paulo. Skaf disse que aguarda apenas a liberação da prefeitura para a instalação do painel.
 
— Se o painel causar constrangimento (aos diretores do BC) será bom. Instalar um equipamento bem em frente à janela onde os diretores do BC ficam fará bem — afirmou Skaf.
 
O presidente da Fiesp disse ainda que, mantida a Selic em 11,5%, os gastos com juros da dívida pública chegarão a R$ 240 bilhões até o fim do ano. Nos 12 meses, entre julho de 2010 e junho de 2011, o setor público pagou R$ 222,9 bilhões em juros nominais líquidos, o que equivale a 5,5% do PIB e 40% do PIB da indústria de transformação.
 
Nesta terça-feira, também, integrantes de diversas centrais sindicais fizeram uma passeata na Avenida Paulista, onde fica a sede da Fiesp, em defesa da queda nos juros. O grupo, de quase cem pessoas, se concentrou em frente à sede do Banco Central. Participaram do ato NCST, Força Sindical, CTB, CGTB e UGT.