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Auditoria independente irá até as usinas e plantações verificar o cumprimento do acordo, que garante condições humanas de trabalho e segurança.

O acordo firmado entre governo federal, trabalhadores e empresários para humanizar o trabalho na lavoura da cana foi estendido por um ano. O Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar foi renovado nesta terça-feira (4) e agora será monitorado por uma auditoria independente. As medidas beneficiam cerca de 500 mil trabalhadores em todo o País. A série de ações foram acertadas durante uma mesa de diálogo, instalada em julho de 2008 pela Secretaria-Geral Presidência da República, que reuniu trabalhadores e empresários. O Compromisso Nacional prevê, por exemplo, a transparência na aferição da produção do cortador de cana, pois ele costuma receber por volume cortado. Além de iniciativas voltadas à promoção da saúde e segurança, as usinas se comprometeram a contratar diretamente os trabalhadores, eliminando a figura do atravessador.

Ainda nesta semana será lançado um edital para contratar uma empresa de auditoria independente – que, segundo o acordo renovado, fará a verificação do cumprimento das práticas empresariais das usinas. Além de atestar a efetiva implementação dos compromissos assumidos, a iniciativa permitirá o reconhecimento público das empresas que adotarem essas práticas.

Após o lançamento do Compromisso Nacional, em junho de 2009, cerca de 300 usinas aderiram ao termo – que contribui para humanizar o trabalho no cultivo e corte da cana e promover a reinserção dos trabalhadores desempregados pelo avanço da mecanização da colheita.

Mecanização muda perfil do setor

A acelerada inovação tecnológica, em particular a crescente mecanização da colheita da cana, reduziu o emprego de força de trabalho manual e provocou um aumento da capacitação necessária dos trabalhadores. A colheitadeira elimina a necessidade de queimar a plantação antes da colheita, o que tornou a indústria brasileira mais eficiente do ponto de vista ambiental e de controle das emissões de gases do efeito estufa.

A expansão do setor foi planejada pelo Zoneamento Agroecológico de modo a permitir mais colheita mecânica e plantio de cana onde a declividade do terreno seja de até 12 graus. Nessas áreas, a prática de queimar a lavoura antes da colheita será proibida a partir de 2017.

O desenvolvimento tecnológico reduziu a sazonalidade da produção de cana, o que tem permitido também o emprego da mão de obra por mais tempo e o incentivo à formalização.

O Brasil detém atualmente as melhores técnicas para o plantio e colheita da cana-de-açúcar. O período de colheita aumentou de seis meses em 1975 para nove meses atualmente, pois agora vai de abril a novembro no Sudeste brasileiro.

Laboratórios de pesquisa privados, como o Centro de Tecnologia Canavieira, ou públicos, como a Embrapa Agroenergia, aperfeiçoaram as variedades de cana-de-açúcar e a produtividade por hectare passou de 65 toneladas em 1975 para 80 toneladas nos dias de hoje.

Fonte: Em Questão