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Lotéricas e terminais são alternativa para greve de vigilantes

Caixas eletrônicos localizados fora de agências bancárias são a melhor opção para saques, pois serão abastecidos normalmente

Com a maior parte das agências e postos bancários de Curitiba, região metropolitana e muitas áreas do interior fechadas hoje, por causa da greve dos vigilantes patrimoniais – responsáveis pela segurança das entidades financeiras, além das indústrias, comércios e órgãos públicos –, as opções para clientes de bancos se reduzem às lotéricas e terminais de autoatendimento, além da internet. A Lei 7.102 não permite a abertura de agências bancárias sem a presença de no mínimo dois vigilantes. Caso um profissional esteja presente, somente expediente interno é permitido. Mesmo com a greve e os bancos fechados, o vencimento das contas não muda.

A paralisação também deve provocar o desabastecimento de cédulas no sistema de caixas eletrônicos das agências, já que os carros-fortes não poderão descarregar. Os terminais localizados em shoppings, supermercados e postos de gasolina devem funcionar normalmente, pois são abastecidos por profissionais terceirizados.

A expectativa do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (Sindivigilantes) e da Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetra­vispp) é de que 80% dos profissionais cruzem os braços no primeiro dia de paralisação. São 22,6 mil vigilantes em todo o estado, dos quais 8 mil na capital e região metropolitana. A greve foi decidida no dia 26 de janeiro, durante reunião em Curitiba, com a presença de 1.350 vigilantes. Também houve assembleias em Londrina, Foz do Iguaçu, Maringá, Pato Bran­co, Umuarama e Ponta Grossa.

Segundo João Soares, presidente de ambas as entidades, os efeitos da paralisação da categoria devem atingir em cheio o setor financeiro. “A greve é geral e por tempo indeterminado. É líquido e certo que teremos próximo de 100% das agências bancárias fechadas. O sistema se tornará um caos. Isso vai dar força ao movimento”, afirma.

Na última greve da categoria, em 2009, mais de 200 agências e postos de atendimento bancários da capital permaneceram fechados. Nos dias seguintes, o número aumentou e chegou a 270 estabelecimentos fechados. No total, há 344 agências em Curitiba e 1.337 no Paraná. “Na última greve, todas as agências da região central e algumas do interior ficaram fechadas. Pela nossa experiência, já sabemos que a maioria dos estabelecimentos não vai abrir por causa da ausência de vigilantes”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias.

Na assembleia de ontem a noite, na Praça Santos Andrade, em Curitiba, a categoria definiu detalhes da paralisação. Durante o período de greve, os profissionais prometem se reunir diariamente no mesmo local.

Sem interrupção

Para contornar os transtornos causados pela greve dos vigilantes, veja que serviços não dependem da abertura de agências bancárias:

Nas casas lotéricas:

– Recebimento de benefícios sociais como Bolsa Família, INSS, FGTS, Seguro-Desemprego e PIS

– Pagamento de contas de água, luz e telefone

– Pagamento de bloquetos de cobrança bancária

– Pagamento de prestação habitacional

– Consulta de saldo de conta corrente e poupança

– Depósitos em conta corrente e poupança

– Saques de conta corrente e poupança com o cartão magnético

Em terminais eletrônicos (caixas automáticos e salas de autoatendimento):

– Saques

– Depósitos em dinheiro ou cheque

– Consulta e retirada de saldo/extrato

– Transferências

– Retirada de folhas de cheque

– Pagamento de contas (não vencidas)

– Agendamento de pagamentos e DOC

– Pagamento de cartão de crédito

– Saques de benefícios sociais, com o cartão magnético

– Resgate de investimento
Sindicato dos bancários vai pressionar por solução rápida

A possibilidade de caos no setor financeiro do Paraná fará com que o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região pressione os bancos para que haja uma solução para o impasse.

“Nós apoiamos a mobilização dos vigilantes, pois estamos percebendo que a negociação não evolui. Mas vamos exigir que a Fenaban [Federação Nacional dos Bancos] e os banqueiros façam pressão para sair uma solução”, afirma o presidente da entidade, Otávio Dias.

Ainda de acordo com o dirigente, nenhuma agência irá abrir sem que dois profissionais estejam presentes. “Sem vigilantes, não abre. Se não aparecerem dois homens, a agência estará fora das orientações legais e não terá expediente. Somente assim a segurança dos funcionários e dos clientes estará garantida”, afirma. (CGF)

Fonte: Gazeta do Povo