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A greve dos servidores técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC) obrigou o cancelamento de aproximadamente 420 cirurgias eletivas desde o início da paralisação, declarada no dia 15 de junho.

O hospital, que realizava diariamente 45 cirurgias, passou a realizar em média 15 devido à ausência dos funcionários. Com a redução no quadro, procedimentos considerados eletivos – que não oferecem risco à vida do paciente – foram totalmente paralisados.

Terão que esperar ainda mais pacientes que aguardam por procedimentos como hérnias, cirurgias ortopédicas, cirurgias de otorrinolaringologia (garganta e nariz) e alguns procedimentos da neurocirurgia.

De acordo com a diretora de assistência do HC, Mariângela Honório Pedrozo, mesmo pacientes que foram internados por precisar de procedimentos emergenciais estão tendo que aguardar mais pelo procedimento. “Estes pacientes são internados, mas não há a mesma agilidade em atender devido à restrição de funcionários no centro cirúrgico”, comenta.

Esse é o caso de Rosângela Iara Cramar, 55, que aguarda há dois anos para realizar uma cirurgia para tratar um problema renal. Internada há quinze dias, ela sofre com dores e a incerteza sobre quando realizará o procedimento. “É difícil porque cada vez que eu tenho uma crise, chego a desmaiar de tão intensa que é a dor”, conta.

Com a necessidade de realizar o tratamento o mais rápido possível, todos os dias ela se prepara para a cirurgia. São muitas horas de jejum, que começa na noite anterior, mas o procedimento acaba não sendo realizado por falta de funcionários. “Eles preparam a gente, deixam em jejum e quando chega a noite o médico diz que não será possível realizar a cirurgia. Hoje estou em jejum desde ontem e sabe Deus até que horas e se terá atendimento no centro cirúrgico”, lamenta.

As dores, segundo Rosângela, são agravadas pelos efeitos colaterais do antibiótico que precisa tomar para controlar a infecção enquanto aguarda o procedimento. “Tenho enjoos e muita dor”, revela.

A diretora de assistência do hospital também conta que vários pacientes vêm do interior, sem conhecimento de que o procedimento não será realizado e é preciso dispensá-los para que retornem depois. “Ainda não estamos informando a data de realização das cirurgias canceladas. Após o fim da greve os casos serão avaliados e priorizados”, informa.

O hospital informa que os pacientes com cirurgia marcada podem entrar em contato pelo telefone (41) 3360-1841 para obter informações sobre os procedimentos antes de se deslocarem ao hospital.

Laboratório

Os efeitos da greve devem atingir em menos de um mês também as consultas ambulatoriais. Embora os médicos estejam atendendo normalmente, a direção do hospital prevê que a paralisação dos funcionários responsáveis pela coleta de exames no laboratório vá interferir no resultado das consultas.

“O ambulatório está funcionando, mas como não há coleta, daqui a pouco chegará a hora da consulta e o paciente estará sem exames. Desta forma o médico não tem como decidir a conduta”, explica a diretora de assistência. De acordo com o hospital, as coletas para casos de urgência e emergência e pacientes internados continuam sendo realizadas normalmente.

Fonte: O Estado do Paraná