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Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário aguarda proposta de reajuste para definir paralisação. Prefeito reafirmou que só deve decidir sobre aumento da tarifa após relatório da CEI

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Londrina (Sinttrol), João Batista da Silva, não descartou uma possível greve dos funcionários do transporte coletivo nesta semana. Um indicativo de greve já havia sido aprovado pela categoria na semana passada. Os trabalhadores reivindicam 6% de reajuste salarial mais 4% por produtividade.

Silva contou que houve uma reunião com o prefeito Barbosa Neto (PDT) no início da tarde desta terça-feira (14). “Fomos entregar a ele um pedido para que ele faça o que lhe cabe e exerça a prerrogativa de decidir o valor da tarifa”, disse. O prefeito reafirmou que só deve decidir sobre mudanças no valor da tarifa após entregue o relatório da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da planilha do transporte coletivo.

As empresas ainda não manifestaram nenhuma proposta de reajuste. “Vamos fazer uma assembleia na quarta-feira (15) e se não houver nenhuma proposta, poderemos entrar em greve. Pode ser que não tenha, caso o prefeito aumente o valor da tarifa”, disse. Segundo o presidente do sindicato, as empresas alegam que não podem reajustar nem 1% do salário se não houver aumento no valor da tarifa.

Questionado sobre qual o valor ideal da tarifa, Silva preferiu não determinar. “Nós defendemos uma tarifa justa para que o reajuste salarial seja concedido. Agora, qual tarifa, nós não sabemos. Quem vai decidir é o poder executivo”, afirmou. Para a assembleia, foram convidados representantes das empresas, da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), do Ministério Público do Trabalho, entre outros.

O sindicalista apontou que existem cerca de 1,7 mil funcionários no transporte coletivo, entre motoristas, cobradores, fiscais, mecânicos, e na parte administrativa. Para o vereador Joel Garcia (PDT), presidente da CEI da planilha, a questão do reajuste da tarifa do transporte coletivo está sendo usada de forma política pelo Sinttrol. “Ele [o sindicato] está brincando com coisa séria, pois está usando o reajuste salarial para pressionar a Câmara e o Executivo para aumentar a tarifa. Quem aumenta o salário é a empresa e não os vereadores. Essa foi uma forma de pressionar um diálogo”, afirmou.

Impasse político

Na segunda-feira (6), os vereadores que compõem a CEI apresentaram um relatório parcial dos trabalhos e afirmaram que o valor justo a ser cobrado pela tarifa é de R$ 1,99. Atualmente, o preço da tarifa é de R$ 2. Segundo o presidente da Comissão, vereador Joel Garcia (PDT), esse valor foi obtido acrescentando o valor mínimo de lucro estabelecido em contrato, que é de 7,5%. Pelo contrato, a taxa de lucro das empresas varia de 7,5% a 10%. “Tirando os custos das empresas a tarifa seria de R$ 1,85. Ao acrescentarmos os 7,5%, chegamos ao valor de R$ 1,99”, comentou.

O relatório foi contestado por diretores da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e pelo prefeito Barbosa Neto (PDT), na quinta-feira (9). Os diretores da CMTU apresentaram algumas distorções no documento: como os números de funcionários das empresas e da frota de veículos.

Segundo o diretor da CMTU, Wilson de Jesus, o relatório apresenta uma diferença de 240 funcionários a menos, além de citar em determinados pontos a frota com 329 veículos e em outro com 319. “Se corrigirmos esses erros o valor passa de R$ 1,99 para R$ 2,26”, afirmou Jesus.

Barbosa afirmou que não tomará nenhuma medida populista em relação à nova tarifa De acordo com o prefeito, a decisão será tomada com prudência, mas não há como fazer milagres.

Confusão

A tarifa foi reajustada no fim do ano passado, mas o aumento foi suspenso pela Justiça antes mesmo de entrar em vigor. O reajuste da passagem era para ter entrado em vigor em 28 de dezembro, porém uma decisão da juíza Zilda Romero, no dia 27 de dezembro, impediu que o aumento da passagem fosse implantado.

No entanto, a manhã do dia 29 de dezembro começou confusa para os usuários do transporte coletivo porque as empresas não respeitaram a decisão judicial. Por volta das 9h, os ônibus que saíam do Terminal Urbano cobravam a antiga tarifa de R$ 2, mas os passageiros que entraram nos carros nos bairros em direção ao Centro pagaram a nova tarifa de R$ 2,25.