A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, alertou, nesta quinta-feira (24/4), para os riscos trazidos à economia brasileira pelo cenário externo. Em entrevista à CNN, ela destacou que a principal apreensão do governo federal e do Banco Central é a instabilidade internacional, intensificada pelas políticas tarifárias adotadas pelo presidente Donald Trump.
De acordo com a ministra, o avanço do protecionismo dos Estados Unidos tem gerado pressão sobre a inflação global, ao provocar desorganização nas cadeias produtivas e impactar o fluxo comercial entre as principais economias do mundo.
Tebet também chamou atenção para os efeitos de eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e os incêndios no Norte do país. “Essas situações comprometem as safras e exercem pressão adicional sobre os preços, sobretudo dos alimentos”, destacou.
No campo da política monetária, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, na última terça-feira (22/4), que o BC enfrenta dificuldades na transmissão dos efeitos da taxa de juros sobre a economia real. Ele chegou a dizer que alguns canais de atuação do BC podem estar “entupidos”.
Galípolo afirmou que o Banco Central ainda está “tateando” os efeitos do aperto na taxa básica de juros, atualmente fixada em 14,25% ao ano. Ele alertou que o cenário fiscal do país pode demandar um esforço maior na elevação dos juros para conter a inflação.
Já a ministra do Planejamento, avaliou que o governo atuou dentro dos limites na revisão das despesas públicas. No entanto, reconheceu que o combate à inflação requer ações articuladas e depende, em grande parte, de variáveis externas que escapam ao controle da polícia fiscal.
CORREIO BRAZILIENSE