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A incerteza se ergue hoje sobre um diálogo convocado pelo governo sobre o polêmico projeto mineiro aurífero Conga, na região peruana de Cajamarca, onde se registra uma greve geral.

Ao mesmo tempo, forças policiais em número considerável, segundo fontes cajamarquinas, chegaram à zona, ainda que os dirigentes do protesto asseguram que a greve, a se iniciar na próxima quinta-feira, será pacífica.

O Primeiro Ministro, Salomón Lerner, reiterou ontem à noite o convite às autoridades regionais e municipais desse território para dialogar em busca de um acordo sobre o tema, a realizar-se amanhã aqui.

Chamou o presidente regional esquerdista, Gregorio Santos, a somar-se aos esforços, quem no entanto disse não ter recebido convite algum, e assegurou que a grande maioria dos prefeitos convocados não chegarão a Lima.

Segundo Santos e o presidente da Frente de Defesa Interprovincial de Cajamarca, Wilfredo Saavedra, o presidente Ollanta Humala deve viajar a Cajamarca a debater o tema e criticaram o envio de reforços policiais.

Santos denunciou por outra parte que a empresa Yanacocha, a cargo do projeto Conga, está distribuindo espingardas entre seu pessoal e elementos de choque, e chamou às autoridades a intervir perante essa ilegalidade.

O empreendimento mineiro é recusado por organizações sociais e autoridades cajamarquinas que estão convencidas de que Conga depredará recursos hídricos vitais para a agricultura e a pecuária.

Lerner fez questão de afirmar que o governo tomará as medidas necessárias para cuidar da água e do meio ambiente, que o diálogo esclarecerá dúvidas a respeito e servirá para recolher qualquer observação cidadã.

Sem especificar o número de policiais enviados, o Primeiro Ministro admitiu tacitamente a possibilidade de que o convite de amanhã não seja acolhido, ao explicar que, em tal caso, o governo buscará alternativas e anunciará o envio de servidores públicos a Cajamarca.

Sustentou que a política anunciada na semana passada pelo presidente Humala tem como objetivo que a mineração beneficie toda a população, considerando o meio ambiente e os recursos hídricos.

O protesto anunciado é objeto de ataques de políticos e meios de imprensa neoliberais que celebram o que consideram uma viragem do governo.