NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

De 2001 a 2009, a quantidade de famílias vivendo em pobreza extrema, com rendimentos de até R$ 70, caiu 67% no Paraná. No início da década passada, 7,1% da população do Estado encontravam-se nessa situação, mas há três anos esse índice passou para 2,3%. 
Esse é o sétimo melhor desempenho entre os Estados. Os dados fazem parte do estudo ”Situação Social nos Estados”, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Curitiba. 
A redução da pobreza em território paranaense foi maior do que a registrada na Região Sul e no País. No Sul, o índice foi de 60,7% (5,2% para 2,05%). Em todo o País, foi de 51% (de 10,5% para 5,16%). Ainda hoje, segundo o Ipea, 16 milhões de brasileiros vivem com apenas R$ 2 por dia. 
Para o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, a diminuição no número de pessoas vivendo na miséria pode ser explicada pela implantação dos programas de complementação de renda do governo federal, além dos investimentos em políticas públicas, como melhorias na saúde, recursos para a educação e crescimento das vagas de emprego, com consequente incremento da renda. 
”A trajetória de queda é significativa, mas ainda estamos longe do ideal. Até 2014 ou 2015 devemos diminuir essa taxa, entretanto, quanto menor ela fica, mais difícil fica conseguirmos atingir todas as famílias miseráveis, porque grande parte delas vive isolada, sem acesso à informação. Por isso a importância deste balanço para identificarmos onde é necessária a implantação de novas políticas sociais”, destacou Pochmann. 
Os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, segundo Pochmann, colaboraram para a redução da pobreza extrema. O dado é confirmado pela quantidade de famílias atendidas em todo o País e no Estado. Em uma década, esse número cresceu 13% no Brasil e 6,25% na Região Sul. No Paraná, em 2001, 16,08% das famílias recebiam algum tipo de ajuda do governo federal. Em 2009, esse índice passou para 17,08% – uma alta de 6,25%. 
”Foram identificados os mais necessitados e eles foram atendidos. Com isso, aos poucos, as pessoas conseguem ter mais acesso aos estudos e, assim, crescer profissionalmente para entrar no mercado de trabalho”, explicou Pochmann. 
A relação entre aumento da educação e da renda média aparece no estudo. O Paraná reduziu a taxa de analfabetismo durante o período analisado na pesquisa. A queda foi de 22%, passando de 8,66% para 6,67%. A Região Sul também diminuiu em 22% (de 7,08% para 5,46%), já a média nacional ficou em 21% (de 12,3% para 9,7%). 
Outro dado analisado é a média de anos de estudo. Segundo o levantamento, de 2001 a 2009, o Estado apresentou crescimento de 19,5%, passando de 6,6 para 7,8 anos. O resultado superou o desempenho da Região Sul (17,3%) e a média nacional (18,7%). 
O rendimento médio apresentou alta de 14% no Paraná, de R$ 1.086,9 para R$ 1.239,5. A renda média da Região Sul cresceu 15%, passando de R$ 1.091,2 para R$ 1.261,3. Já a média nacional aumentou 7,4%, com R$ 1.039,4 em 2001 e R$ 1.116,4 em 2009.