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SENADORES RESERVAS

Um em cada cinco senadores exercem o mandato atualmente no Senado sem ter recebido diretamente um único voto para o cargo. Das 81 cadeiras, 16 estão ocupadas hoje por suplentes, que assumiram o gabinete para substituir os titulares afastados da Casa por diferentes motivos. O suplente pode herdar de maneira definitiva o mandato, em caso de morte, renúncia ou cassação do titular. Outros assumem apenas temporariamente.

Mesmo com toda essa importância, a suplência costuma ser escondida pelos candidatos e ignorada pelos eleitores, que muitas vezes são surpreendidos com a substituição dos seus representantes por nomes que desconhecem. Cada senador tem direito a dois colegas de chapa. No último dia 2, foram eleitos 27 senadores e 54 suplentes.

Congresso em Foco apresenta mais abaixo a relação dos suplentes de cada parlamentar eleito. As escolhas se dão pelos mais diversos motivos, seja em troca de eventual apoio financeiro, seja pela influência política em determinados segmentos, seja por arranjos partidários ou familiares ou mesmo financeiros, quando o suplente financia a campanha do candidato a senador.

Entre os novos suplentes, há apenas 16 mulheres. Um número que reflete a baixa presença feminina no Senado. Somente quatro mulheres foram eleitas no início do mês. O perfil dos escolhidos, porém, confirma a força eleitoral de militares e religiosos: há pelo menos quatro pastores e duas missionárias evangélicas e quatro oficiais das Forças Armadas ou da polícia.

Ambiente familiar

Os laços familiares, ainda que tenham diminuído nas últimas legislaturas, ainda persistem na definição dos parlamentares reservas. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) manteve o irmão Josiel Alcolumbre (União) como seu primeiro suplente. Em 2020, Josiel chegou ao segundo turno da eleição para prefeito de Macapá, mas foi derrotado.

O senador eleito Wilder Morais (PL-GO) levou como sua suplente Izaura Cardoso (PL-GO). A empresária e missionária é casada com o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que está na metade do mandato. Em algum momento, os dois poderão ser companheiros de plenário.

Atualmente há duas senadoras suplentes que exercem o mandato no lugar dos filhos: Eliane Nogueira (PP-PI), mãe do senador licenciado Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro da Casa Civil, e de Nilda Gondim (MDB-PB), que herdou ainda em 2015 o mandato do filho, Vital do Rêgo Filho (MDB-PB), que trocou o Senado pelo cargo vitalício de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Ela é colega do filho Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que ainda tem mais quatro anos de Senado pela frente.

“Vira casaca”

De volta ao Congresso, Magno Malta (PL-ES) escolheu uma ex-assessora, a missionária Marcinha Macedo (PL-ES), para sua primeira suplência. Há também um caso de “vira casaca”. Entre os novos suplentes está o Pastor Sebastião Valadares (PL-RO), da Assembleia de Deus.

Na atual legislatura, Valadares chegou a assumir o mandato de Acir Gurgacz (PDT-RO) durante licença do titular. Desta vez, o pastor entrou em outra chapa, a do senador eleito Jaime Bagattoli (PL-RO), que derrotou Gurgacz.

Os suplentes só recebem salário e têm direito aos mesmos benefícios que os titulares quando estão no exercício do mandato.

AUTORIA

Edson Sardinha

EDSON SARDINHA Diretor de redação. Formado em Jornalismo pela UFG, foi assessor de imprensa do governo de Goiás. É um dos autores da série de reportagens sobre a farra das passagens, vencedora do prêmio Embratel de Jornalismo Investigativo em 2009. Ganhou duas vezes o Prêmio Vladimir Herzog. Está no site desde sua criação, em 2004.

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