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Categoria reivindica mais segurança, recomposição das perdas salariais e uma política previdenciária adequada
 
Os juízes federais e do Trabalho de todo o País paralisam suas atividades hoje, para reivindicar mais segurança no trabalho, recomposição das perdas salariais e uma política previdenciária adequada. A categoria no Paraná também prepara uma mobilização. A paralisação foi decidida em assembleia no último dia 17, pelas associações regionais dos juízes. 
Com a paralisação cerca de 20 mil audiências serão suspensas em todo o Brasil. No Paraná atualmente são 120 juízes federais e 220 juízes do Trabalho. Todos devem aderir ao ato, segundo as associações. 
Apesar da suspensão das atividades, todas as audiências previstas para hoje serão remarcadas. A categoria também informa que será mantido um plantão para atendimento de casos de urgência. 
A mobilização ocorre na Semana Nacional de Conciliação, que vai até a próxima sexta-feira. ”Pedimos desculpas aos trabalhadores e empresários que tinham audiências marcadas para esta quarta-feira em todo o Paraná, mas a categoria está mobilizada e querendo chamar a atenção para suas reivindicações. Não estamos pedindo um aumento salarial e sim uma recomposição. Nos últimos seis anos a inflação acumulada ficou em 31%. Neste mesmo período nosso reajuste foi de 9%. Já entramos em contato com o governo federal, Congresso Nacional e com o Supremo Tribunal Federal (STF), mas as negociações não avançaram”, reforçou o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho do Paraná (Anamatra 9), Carlos Augusto Penteado Conte. 
Os juízes ainda alertam para o sistema de saúde da classe, que não previne os agravos à saúde física e mental, nem prevê proteção previdenciária. Segundo a Anamatra, um estudo revelou que esses profissionais têm apresentado percentual maior de adoecimento em comparação com outros trabalhadores. 
Conte também destaca que a falta de segurança dos magistrados é bastante preocupante. Ele lembra que um levantamento publicado nesta semana aponta que aumentou em 50% o número de juízes ameaçados. ”Os magistrados vêm sofrendo com ameaças e não temos uma política institucional que nos garanta segurança. É um problema que tem que ser resolvido, nós precisamos de paz para trabalhar”, completou o presidente da Anamatra 9. 
Federais 

As mesmas reivindicações são feitas pelos juízes federais. Eles afirmam que, como em outras categorias, as perdas salariais se acumularam nos últimos anos. ”Decidimos pela paralisação para que o Poder Público se manifeste sobre a questão. Seria bom se todos os servidores públicos tivessem uma recomposição salarial, por isso estamos nos mobilizando”, disse o presidente da Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), Anderson Furlan. 

Ele também lembra o caso da juíza federal Patrícia Acioli, morta em agosto deste ano no Rio de Janeiro, para ilustrar a falta de segurança que os magistrados encontram atualmente.
”Aquele caso teve repercussão nacional, mas existem outras ameaças no Brasil, e estamos sem segurança. É necessário uma mudança para que a categoria se sinta confortável para desempenhar o seu trabalho”, destacou. Na Justiça Federal do Paraná, o atendimento ao público também estará suspenso, funcionando apenas para atender casos urgentes.