NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Os dois municípios estão concluindo um projeto para atrair a “cidade tecnológica” que a fabricante de eletrônicos pretende construir no país

Na tentativa de incluir o Paraná na disputa pela nova fábrica que a empresa taiwanesa Foxconn pretende instalar no Brasil, o governo do estado, prefeituras e empresários das regiões Norte e Noroeste do estado estão finalizando um projeto para apresentar à multinacional e ao Minis­­tério da Ciência e Tec­­nolo­­gia, envolvido no processo. Batizado de “Projeto Foxconn”, o dossiê está sendo elaborado pela Agência de De­sen­volvimento Terra Roxa Inves­­timentos (TRI), de Rolândia.

Fabricante de uma infinidade de eletrônicos – entre eles, o celular iPhone e o tablet iPad, que produz sob encomenda para a Apple –, a Foxconn pretende montar, nos próximos cinco anos, uma “cidade tecnológica” que deve gerar 100 mil empregos diretos. A ideia da multinacional, ainda em estudo por sua diretoria, é unir as cinco unidades brasileiras que já possui – em Manaus, Santa Rita do Sapucaí (MG) e nas cidades paulistas de Indaiatuba, Jundiaí e Sorocaba – em apenas um lugar, segundo a assessoria de imprensa da Foxconn no Brasil. No entanto, ainda não é certo que a ideia saia do papel, principalmente por causa dos investimentos que a empresa está fazendo na unidade de Jundiaí (SP), para iniciar a montagem do iPad e do iPhone no Brasil.

Além do Paraná, os estados de São Paulo e Minas Gerais estão na disputa pelo investimento bilionário da Foxconn, e também vão apresentar projetos de investimentos. Os estados do Rio de Janeiro e do Amazonas teriam saído da disputa.

Responsável pela elaboração do dossiê paranaense, a TRI afirma que o projeto deve ser concluído nesta semana. Na sexta-feira, a agência, representantes do governo estadual e prefeitos da região Norte e Noroeste se reuniram, em Arapongas (Norte do Paraná), para definir os últimos detalhes. A TRI adiantou à Gazeta do Povo que vai apresentar Maringá e Londrina como duas cidades que podem atuar em conjunto, como uma espécie de “metrópole linear”. “Vamos mostrar também que ambas têm grandes terrenos disponíveis para abrigar as plantas industriais. Além disso, vamos sugerir a distribuição das unidades da Foxconn pela região”, disse o responsável pela área de desenvolvimento e fomento da TRI, Mário Rafael Calzavara.

Vantagens

Mantendo sob sigilo informações estratégicas do projeto, Calzavara afirmou que a região tem pontos positivos e vantagens em relação a outras regiões do Brasil. Um dos trunfos sobre São Paulo, por exemplo, é a média salarial dos trabalhadores paranaenses, que, segundo o projeto, é de 20% a 30% menor que a média paulista. “Isso pode se tornar determinante na hora da escolha da cidade. Baixo custo de vida e baixos salários para uma empresa do porte da Foxconn fazem diferença”, disse Calzavara.

Outro aspecto destacado no projeto são as universidades da região. “Maringá e Londrina formam aproximadamente 100 mil profissionais de nível superior por ano, o que atenderia tranquilamente à demanda da empresa” diz Calzavara.

Na área da tecnologia, a TRI diz que a rede de cabeamento ótico da Copel nas regiões Norte e Noroeste pode ser adequada com facilidade – a Foxconn exige cabeamento com fibra ótica total. Outra exigência da gigante taiwanesa é internet banda larga com rede de dados wi-fi de alta capacidade. “Temos a Sercomtel, de Londrina, que atenderia perfeitamente à exigência”, acrescenta.

Outro diferencial de Maringá em relação às concorrentes, segundo Calzavara, é a segurança que o município oferece. “As taxas de criminalidade de Maringá são impressionantes. Podemos dizer que Maringá é exemplo nacional de segurança. Esse fator é algo que interessa a uma empresa como a Foxconn.”