NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

‘A história de Londrina conta que a sociedade sempre teve poder de mobilização’
A Engenharia vem sendo apontada como a profissão do futuro no Brasil. A necessidade de investimentos em obras de infraestrutura, que em tese sustentariam o desenvolvimento econômico; aliada às obras necessárias para a realização da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016); o Programa de Aceleração do Crescimento; e o pré-sal (que pretende extrair o petróleo que se encontra sob uma camada de sal situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar), justificam a necessidade pela formação de mais engenheiros. 

Uma das funções da carreira é planejar o desenvolvimento de uma região e, neste quesito, Londrina está carente. A cidade abriga apenas cinco cursos: três deles (Civil, Elétrica e Agronômica) ofertados pela Universidade Estadual de Londrina e dois (Ambiental e de Materiais) pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A formação de profissionais com esse foco nunca foi prioridade das instituições de ensino, que procuraram direcionar esforços para as áreas de saúde, biológicas e humanas. 

Agora, diante da real necessidade por mão de obra com esse foco é que se pode constatar que Londrina não se preparou para o futuro. E a responsabilidade é de toda a sociedade. A UEL ficou dez anos sem sequer pleitear a abertura de uma nova graduação; assistimos ao boom da construção civil sem exigir a abertura de mais vagas e, ao longo dos anos, várias indústrias deixaram de se instalar na cidade justamente por falta de mão de obra. Agora o resultado é visível e resta apenas ”correr atrás do prejuízo”. 

A sociedade civil organizada, liderada pela Associação Comercial e Industrial de Londrina, iniciou campanha com vistas a garantir mais três cursos de Engenharia para a UEL: Mecânica, Química e de Produção. O governo do Estado negou, alegando falta de recursos (cerca de R$ 24 milhões distribuídos em cinco anos), argumento, aliás, bastante inconsistente para a negativa. 

A história de Londrina conta que a sociedade sempre teve poder de mobilização e de articulação. Foi por meio dessas organizações que aqui foram instalados Iapar, Embrapa e a própria UEL, só para ficar em poucos exemplos. É preciso empenho. No entanto, é importante cobrarmos que o governo do Estado volte um pouco de suas atenções à Londrina, afinal a expressiva votação que o atual governador Beto Richa (PSDB) obteve no município demonstra que os londrinenses esperam o seu apoio.