O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou, nesta segunda-feira (10), que a imposição por lei é a única forma de acabar com a escala 6×1, que, segundo ele, é “cruel”. A fala de Marinho se contrapôs ao ponto de vista de representantes do setor produtivo em um seminário para discutir os efeitos da jornada de trabalho atual, na Câmara dos Deputados.
Luiz Marinho deu as declarações ao comentar a participação de Sylvia Teixeira de Sousa, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de Ivo Dall’Acqua Júnior, diretor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente executivo da Fecomércio-SP.
“Se é verdade que as negociações dão conta, por que não deram conta até hoje? É necessário ouvir o Ivo e a Sylvia (empresários), mas a realidade real e concreta é que se não houver uma imposição por lei, vai passar mais um século e terá trabalhadores brasileiros trabalhando 44 horas semanais”, retrucou o ministro,citando que quando houve a redução das 48 horas de trabalho semanais, para 44, muitos donos de instituições “achavam que o mundo ia acabar, mas ficou tudo bem”.
Os proprietários das empresas argumentavam que o Brasil não está pronto economicamente para dar fim na jornada trabalhista vigente. Eles disseram que as negociações, já inclusas em leis, podem dar dignidade ao trabalhador e não causar prejuízos à economia.
O ministro Luiz Marinho afirmou que entende as limitações expostas pelos empresários, como o aumento das despesas empresariais e na inflação, porém afirmou que existe espaço na economia, segundo o governo, para reduzir a jornada. Ele reforçou que a diminuição na escala deve ter debates e interações entre todos os âmbitos da economia, mas que o tema é necessário e que o Brasil está maduro para receber esse feito.
Marinho também falou sobre a pejotização. “ Sinto falta do parlamento falando mais sobre trabalho. Estamos assistindo grandes fraudes nos trabalhos brasileiros, as empresas chegam no trabalhador, falando que o emprego é deles, impondo condições da pejotização. Peço que o parlamento também debata sobre o tema, porque deixar somente com o Judiciário, pode ser perigoso”.
*Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
CORREIO BRAZILIENSE
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