Foi esse aquecimento recente no mercado da construção civil que fez Eduardo Kaus mudar de ramo há cerca de três anos. O ex-comerciante vendeu sua mercearia, em Rolândia, e com o dinheiro da compra – mais algumas economias – construiu sua primeira casa para vender. Hoje, já foram oito imóveis vendidos, mais uma obra em andamento e a expectativa de uma parceria em vista.
”No comércio eu trabalhava muito e não tinha um rendimento tão bom. Percebi que a possibilidade de lucro na construção era melhor, e não me arrependo”, afirma Kaus. Apesar de não ter experiência na área, o novo nogócio deu certo, e hoje o construtor estuda fazer uma parceria com uma empresa maior do ramo em Londrina. ”Faço casas menores, tipo ‘minha casa, minha vida’, mas agora pretendo aumentar os negócios. Provavelmente, em 45 ou 50 dias, começo uma nova obra em parceria, mas aqui na cidade”.
O possível parceiro do ex-comerciante, Aloísio Hubert Behlau, está na área há dez anos, e está voltado para construção de casas de alto padrão em condomínios horizontais. ”O mercado está muito bom para vender. Geralmente os clientes compram quando a obra nem está terminada”, salienta.
Como está no ramo há uma década, Behlau já tem experiência suficiente para construir o tipo de imóvel que agrada o comprador. ”Sempre procuramos fazer uma obra com banheiros em todos os quartos, por exemplo, com cômodos amplos e que valorizem a área de lazer. É importante também deixar o cliente escolher o acabamento”, ressalta.
Para quem vai comprar uma obra em andamento, a dica do construtor é só pagar o que efetivamente foi feito. ”Sempre fechamos com o cliente um memorial de acabamento, no qual relaciona-se tudo o que vai ser usado, inclusive as marcas dos materiais, e o cronograma de execução. Então a pessoa não paga adiantado, só o que já foi construído”.
Para a vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Londrina (Sinduscon), Célia Catussi, essa é uma dica fundamental. ”Quando o cliente paga muito adiantado, a obra tende a atrasar. Além disso, é importante contratar alguém que tenha experiência no ramo e visitar outras obras prontas para ver a qualidade”, orienta. Ainda segundo ela, o comprador deve fazer um contrato em que fique respaldado os deveres do construtor, além de fiscalizar suas obrigações. ”Quando a gente constrói, infelizmente o maior trabalho fica no acompanhamento da obra. Isso é fundamental”. (P.B.O.)