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Cerca de 800 pessoas participaram ontem de manifestação pelo afastamento do presidente da Câmara Municipal de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), acusado de irregularidades em contratos de publicidade da Casa. Os manifestantes saíram em passeata pela manhã, da Praça Santos Andrade até a sede do Legislativo, e aproveitaram a saída de um caminhão para invadir o estacionamento da Câmara. Após discursos cobrando a saída de Derosso, o grupo deixou o local por volta das 11 horas. 

Apenas um grupo menor, de líderes do movimento, permaneceram na Casa para acompanhar a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as denúncias contra o presidente da Câmara. Na reunião, os vereadores da CPI pretendiam ouvir os funcionários da Comissão de Licitação do Legislativo, mas eles alegaram que já tinham prestado depoimento ao Conselho de Ética. Afirmaram ainda que só prestariam novamente depoimento em sessão fechada, sem a presença da imprensa. Uma nova reunião foi marcada para o início da noite, para tentar ouvi-los. 

O vereador Pedro Paulo Costa, integrante do PT na CPI, considerou o comportamento dos depoentes, no mínimo, como uma afronta. “É um absurdo e demonstra uma estratégia de se empurrar com a barriga o andamento da CPI, postergando ao máximo as investigações”, disse. 

O petista também reclamou que os parlamentares da oposição estão investigando, lendo todos os documentos, e fazendo parte deles, mas que a tomada de fato dos depoimentos é prejudicada com esse tipo de manobra. “Se continuar nesse ritmo, precisamos reavaliar para não compactuarmos com alguma espécie de teatro que possa estar se montando em torno da CPI”, desabafou. Segundo ele, as explicações esperadas por parte dos funcionários da Comissão de Licitação teriam o poder de elucidar os trâmites do processo licitatório dos contratos investigados.

Um grupo de manifestantes do movimento pela cassação de Derosso permaneceu na Câmara em vigília, para acompanhar a sessão plenária e também a reunião extraordinária da CPI. Na reunião da manhã foi aprovado um convite a um conselheiro do Tribunal de Contas, órgão de origem das denúncias contra Derosso, que possa dar informações técnicas a respeito dos dois contratos que estão no alvo das investigações. Os vereadores querem saber o que o TCE já levantou sobre o caso,  quais as dúvidas quanto às denúncias de irregularidades, que análise o TCE já faz desses dois contratos de publicidade, entre outras questões. (IS)