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Os candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra, disputarão o segundo turno da eleição presidencial no dia 31 de outubro. Marina Silva (PV) cresceu na reta final, mas não teve fôlego para ultrapassar o segundo colocado.
Às 22h30, quando haviam sido apuradas 98,54% das urnas, Dilma tinha cerca de 46,71% dos votos válidos, quatro pontos porcentuais a menos do que o mínimo necessário para encerrar a disputa no primeiro turno (50% mais um).
O desempenho da petista ficou abaixo do que previam, na véspera da eleição, os institutos de pesquisa Ibope e Datafolha. Pesquisa de boca de urna feita ontem pelo Ibope, apenas com eleitores que já haviam votado, indicava que Dilma teria 51% dos votos válidos – levando-se em conta a margem de erro, de 49% a 53%.
Serra, às 22h30, tinha 32,69% dos votos válidos. A pesquisa de boca de urna previa que ele chegasse a 30%. E Marina, a surpresa da eleição, chegou a 19,44%, dois pontos porcentuais a mais do que previa o último levantamento do Ibope.
O candidato do PSDB venceu em Estados onde Dilma era tida como favorita ainda na véspera da votação. Em São Paulo, por exemplo, abocanhou cerca de 41% do eleitorado, contra 37% para Dilma.
Uma semana antes da eleição, o Ibope indicava um quadro invertido em São Paulo: a petista liderava com 45% dos votos válidos, seguida pelo tucano, com 39%. Marina aparecia com 14% no Estado, e acabou com 21% – seu eleitorado, portanto, cresceu 50% em uma semana no maior colégio eleitoral do País.

Na Região Sul, Serra perdeu no Rio Grande do Sul, mas colheu duas vitórias imprevistas pelos institutos de pesquisa no Paraná (44% a 39%) e em Santa Catarina (46% a 39%).
Na Região Centro-Oeste, o tucano venceu em Mato Grosso do Sul, por pequena margem (42% a 40%), mas ainda assim em um Estado onde a previsão era de desvantagem em relação a Dilma. Na mesma região foi registrada a única vitória da candidata do PV em uma unidade da Federação: o Distrito Federal deu a Marina 42% dos votos válidos, uma vantagem de pouco mais de dez pontos em relação a Dilma, tida como favorita até poucos dias antes da votação.
Enquanto Serra virava o jogo em Estados-chave do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste, Dilma apresentava desempenho inferior ao previsto no Nordeste, seu principal reduto eleitoral.
O crescimento de Marina no eleitorado nordestino fez com que a candidata do PT ficasse, em parte dos Estados da região, abaixo do patamar previsto pelos institutos, de cerca de 65% dos votos válidos.

Na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste, a petista obteve 62%, quase o triplo do obtido por Serra. Em Pernambuco, terra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve 61%. No Rio Grande do Norte, na Paraíba e em Sergipe o desempenho ficou abaixo dos 55%
Os Estados nordestinos onde Dilma foi melhor foram o Maranhão (70%), o Ceará (65%) e o Piauí (67%).
No Rio Grande do Sul, Estado onde desenvolveu sua carreira política, a candidata governista teve pouco menos de 47% dos votos – o suficiente para ficar 6 pontos à frente de Serra. Mas a presidenciável teve, entre os gaúchos, proporcionalmente menos votos que o candidato de seu partido ao governo. Tarso Genro venceu no primeiro turno, com mais de 54% dos votos.
Na comparação com Lula, Dilma só conseguiu ir melhor no Rio Grande do Sul, em Alagoas, em Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul e em Goiás.