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DE TRABALHADORES
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Os dados de quinta-feira (25) da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) podem reforçar a percepção de cautela na condução da política monetária. O indicador vai na contramão dos demais e não combina com uma economia em clara desaceleração.

O desemprego bateu novo recorde e, mais forte que isso, a renda voltou a crescer – e bastante. Os dados do salário médio real pago aos trabalhadores das seis maiores regiões metropolitanas do país mostram que hoje o poder de compra está 6% maior do que era há um ano. Ou seja, os consumidores possuem uma renda 6% maior, apesar da inflação que acumula alta de 7,5%! É bastante coisa!

Para complicar, os próximos meses reúnem os dissídios das principais categorias de trabalhadores, metalúrgicos das montadoras entre eles. No ABC, onde estão as grandes montadoras (Volks, Ford e Mercedes, além da GM), uma primeira proposta de aumento real de 1,25% já foi rejeitada, e a rejeição foi feita na mesa de negociações, sem nem passar por assembleias.

Além dos metalúrgicos, bancários, petroleiros e químicos negociam os reajustes anuais entre setembro e novembro. Todos esses trabalhadores vão, pelo menos, recuperar a inflação passada. Terão, pela frente, no mínimo, um salário 7,5% maior (recompondo as perdas que a inflação impôs a eles nos últimos 12 meses) e, na sequência, a inflação que virá é menor.

Do ponto de vista de impulso à demanda, esse olhar é importante: uma parcela considerável dos trabalhadores vai recuperar em breve seu poder de compra com a perspectiva de aumentos menores de preços no futuro.

Para complicar parte 2, em janeiro, virá o aumento real do salário mínimo de 7,5% e, de novo, os trabalhadores que receberão esse aumento terão pela frente um reajuste menor dos preços – atenção: 14% de aumento no poder de compra, ainda que 6% referentes à recuperação da perda provocada pela inflação…realmente, não é um quadro que combina com desaceleração da economia!

(Fonte: Valor Econômico)