Pela sexta semana seguida, as previsões para a inflação em 2012 pioraram. Pesquisa semanal do Banco Central mostra que a expectativa dos analistas para o IPCA no próximo ano subiu de 5,53% para 5,59%, se afastando ainda mais do centro da meta de 4,50%. A deterioração das expectativas vista desde o início de setembro vai na contramão da leitura feita pelo BC, que mantém a previsão de que a inflação estará no centro da meta em 2012.
Um dos fatores que tem contribuído para o aumento da inflação é o efeito do dólar sobre os preços. Com a alta do câmbio nas últimas semanas, valores definidos em moeda estrangeira – como os produtos básicos, as commodities – subiram rapidamente quando convertidos em real. Essa inflação já é sentida nos preços no atacado.
“A disparada do dólar foi mais que suficiente para compensar a queda dos preços das commodities e isso já se reflete na inflação do atacado, tanto nos produtos agropecuários quanto nos industriais”, destaca a Rosenberg & Associados em relatório aos clientes. A soja, por exemplo, aumentou 5,5% em setembro ante agosto e o café saltou 9,6%.
Para 2011, analistas mantiveram a previsão de alta de 6,52% para o IPCA, acima do teto da meta de 6,50%.
Mesmo com a inflação em alta no próximo ano e acima da meta em 2011, analistas mantiveram a aposta de que o juro deve continuar em queda pelos próximos meses.
Para dezembro, permanece a expectativa de a taxa Selic deve estar em 11% – o que sinaliza expectativa de dois cortes de 0,50 ponto porcentual nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, uma na próxima semana e outra no fim de novembro.
Em 2012, a tendência continuaria e o juro terminaria, pelas contas do mercado, em 10,50%