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Pesquisa do Banco Central divulgada nesta quinta-feira mostra que analistas do mercado financeiro acreditam que a taxa de juro neutra do país -que não produz pressão inflacionária- está em 5,50 por cento pela mediana das consultas. No levantamento anterior, feito em novembro de 2010, os especialistas viam essa taxa em 6,75 por cento. 

Para 49 por cento dos pesquisados, a taxa de juros real de equilíbrio ainda continuará caindo nos próximos dois anos. A pesquisa, cujo levantamento começou no início de fevereiro, foi realizada com agentes do mercado que participam do relatório Focus da autoridade monetária. 

O BC buscou, na visão dos agentes, mostrar com a pesquisa que a política monetária está mais potente e que os juros não precisam ficar mais em níveis elevados. Ou seja, quer mostrar que a taxa de juros pode ficar em um dígito e que o desemprego baixo não gera inflação. Hoje, a Selic está em 10,50 por cento ao ano. 

A pesquisa foi realizada numa tentativa de reduzir assimetrias de informações, para aperfeiçoar o instrumento de divulgação das projeções de variáveis econômicas, segundo o próprio BC. 

Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no final do mês passado, o BC deixou explícito ser elevada a probabilidade de que a taxa básica de juros do país fique em um dígito. Ao mesmo tempo, informou que o juro neutro havia diminuído. Na ocasião, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, quarto corte seguido dessa magnitude desde agosto passado. 

Emprego

O BC fez três perguntas para os agentes do mercado financeiro que participam da atual pesquisa. Além da perspectiva para o juro real neutro, também questionou sobre a taxa natural de desemprego e os efeitos da nova Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) sobre as expectativas de inflação. 

Os participantes da pesquisa responderam, na mediana, que a taxa de desemprego neutra é de 6,50 por cento. Sobre o efeito da POF no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os agentes do mercado financeiro responderam que a projeção de 2012 diminuiu e manteve-se estável para 2013. Todos os dados considerando a mediana das respostas. 

A pesquisa divulgada nesta segunda-feira acaba por influenciar a visão do mercado sobre a taxa de juros neutra e acalmar visões mais pessimistas sobre a meta de inflação. “É uma tentativa de se criar um parâmetro de referência, como daquela vez”, chegou a dizer uma fonte que participou da pesquisa, referindo-se a outro levantamento feito pela autoridade monetária. 

No início de 2011, logo depois de o governo apresentar as medidas macroprudenciais para moderar a oferta de crédito e desacelerar a economia, o BC questionou os agentes de mercado sobre quantos pontos percentuais de Selic representaria o aumento dos compulsórios. 

Aquele levantamento, cuja reposta foi uma alta de 0,75 ponto percentual na Selic naquele momento, foi visto como uma maneira de o BC tornar evidente que as medidas teriam efeito similar a um aumento da Selic.