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Em audiência à Comissão de Direitos Humanos do Senado, Luiz Marinho disse que chegou a sugerir às centrais sindicais pautarem a discussão ao Congresso

Por Julia Lindner, Valor — Brasília

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou, nesta segunda-feira (9), ser favorável ao debate sobre a redução da jornada de trabalho no país neste momento. Em audiência à Comissão de Direitos Humanos do Senado, Marinho afirmou que chegou a sugerir às centrais sindicais que proponham a discussão ao Congresso Nacional para que o tema possa avançar. “Passou da hora”, declarou o ministro aos parlamentares.

Marinho ponderou que ainda não tratou do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele acrescentou, no entanto, que Lula não se oporia ao assunto ser tratado no Legislativo.

“Esse debate da jornada é importantíssimo e eu até brinquei esses dias com as centrais sindicais se eles não iam pautar esse debate. Porque não é um debate meramente de governo, é um debate para a sociedade. Quem é a autoridade para dar a palavra final é o Congresso Nacional, é o Parlamento. Portanto, é preciso se movimentar em relação a isso para que o Congresso possa refletir, avaliar e tomar a decisão se é hora, se é momento de fazer uma nova regulagem de jornada”, disse.

Marinho lembrou que já há debates acontecendo no mundo de experimentos em relação a três ou quatro dias de trabalho na semana. Algumas empresas brasileiras, inclusive, devem iniciar os testes em novembro.

“Eu, particularmente, acredito que passou da hora (de discutir a redução da jornada). Acredito nisso sinceramente. Não conversei com o presidente Lula, evidentemente. Estou falando a minha opinião, não é uma opinião de governo. Mas tenho certeza que o presidente Lula não bloquearia o debate onde a sociedade reivindicasse que o Parlamento analisasse a possibilidade de redução de jornada sem redução de salário. Até porque acredito que a economia brasileira suportaria”, destacou.

Para Marinho, o tema é ainda mais importante com o avanço das tecnologias, como a inteligência articial. “É necessário que se pense na jornada. Eu imaginava que a tecnologia viria em benefício do conjunto da sociedade. Você trabalhar menos e esse conhecimento ser distribuído para a sociedade como um todo. Mas nós observamos que ela também é apropriada por poucos para aumentar a exploração, é contraditório”, avaliou o ministro.

O questionamento ao ministro sobre o tema foi feito pelo presidente da CDH, Paulo Paim, que é defensor da redução da jornada de trabalho.

Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

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