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Começa nesta terça-feira a greve dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba. Na noite de segunda-feira (13), os motoristas e cobradores que trabalham no setor decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado, depois que o sindicato das empresas que operam o sistema da Capital insistiram em oferecer apenas a reposição da inflação. A categoria exigia ganhos reais.

Mais de dois mil motoristas e cobradores lotaram a Praça Rui Barbosa na noite de ontem para a assembleia do sindicato da categoria — o sindicato divulgou que eram 4,5 mil pessoas na assembleia. E, em decisão praticamente unânime, eles votaram pela deflagração de greve por tempo indeterminado. Foi uma das maiores manifestações da categoria.

Durante a tarde, o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte de Passageiros de Curitiba e Região (Sindimoc) e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) fizeram a última reunião para tentar um acordo. O sindicato patronal reforçou a oferta dos 7,5% da inflação de 2011. Hoje, o motorista tem piso de aproximadamente R$ 1.400 e o cobrador de R$ 800.

O Sindimoc reivindicava, para iniciar a negociação, 40% de reajuste no salário — para repôr perdas históricas — além de reajuste no vale-refeição. Desde a semana passada o Sindimoc alertava que se não houvesse uma proposta com ganhos reais a categoria iria paralisar as atividades. O indicativo de greve foi enviado para os patrões na sexta-feira passada.
Além do reajuste, a pauta de reivindicação dos motoristas e cobradores tem uma extensa lista de itens, muitas que faziam parte da última negociação e que não teria sido implementada desde lá, como a questão da escala de serviço, cumprimento de horários e multas aos trabalhadores.

Logo após a assembleia de trabalhadores decidir pela greve, a diretoria do Sindimoc se reuniu para traçar as estratégias da paralisação. Piquetes seriam montados ainda de madrugada em frente às empresas de ônibus. Às 9 horas, quando os carros que circularam pela madrugada voltarem aos pátios, os portões serão fechados pelos motoristas e cobradores. De antemão eles sabem que pelo menos 30% dos serviços devem ser mantidos.

No ano passado a categoria também chegou a decretar o indicativo de greve, que só não saiu com uma oferta feita na última reunião. Em 2011 os motoristas e cobradores pediam reposição de 38%, mas acabaram aceitando bem menos e não deflagraram a greve. Os patrões chegaram a um índice pouco acima dos 10%.