Pesquisa do IBGE mostra que segmento teve aumento de 18,9% no varejo em setembro ante o mesmo período de 2010; percentual supera o de nível nacional
O crescimento de 18,9% no volume das vendas de móveis e eletrodomésticos em setembro, ante o mesmo mês de 2010, foi o principal responsável pelo desempenho positivo do comércio varejista e do comércio varejista ampliado em setembro, no Paraná. O percentual do setor paranaense ultapassa o nacional, que também registrou aumento, mas de 16,5%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos primeiros nove meses do ano, o segmento apresentou variação de 16,4% e nos últimos 12 meses, 15,3%. O analista da PMC, Nilo Lopes de Macedo, considera que a ascensão das classes D e E para a C é um dos fatores que motivou o crescimento. ”Havia uma demanda reprimida, mas esses consumidores passaram a comprar novos produtos, como televisões, geladeiras, máquinas de lavar e fogões, ou substituir os equipamentos antiquados por linhas mais modernas”, disse. ”O crescimento do poder aquisitivo, das taxas de emprego e facilidade para crédito estão diretamente ligados a esse desempenho positivo do setor”, acrescentou.
Tanto no acumulado do ano quanto no dos 12 meses, o Estado apresentou crescimento de 5,9% no volume de vendas. Já no comparativo de setembro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 7,3%. O varejo ampliado – que inclui as atividades de veículos e motos, partes e peças e materiais de construção – registrou 7,4% em setembro ante o mesmo período de 2010. No acumulado do ano, o crescimento foi de 9,9% e nos últimos 12 meses, 11,3%.
Conforme a PMC, em relação a setembro do ano passado, as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos aumentaram 16,9%; material de construção, 12,9%; super e hipermercados, 8,5%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 8,3%; veículos e motos, partes e peças, 6,7%; combustíveis e lubrificantes, 5,6%; e outros artigos de uso pessoal, 1,8%.
Já entre as atividades que apresentaram queda, o destaque foi a de equipamento e material para escritório (-6,1%), seguida por livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%). O segmento de tecidos, vestuário e calçados foi o único que não apresentou variação.
No Brasil
Entre as 10 atividades que compõem o varejo ampliado no País, sete tiveram expansão nas vendas em setembro no comparativo com agosto. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos experimentaram acréscimo de 2,2%; veículos, motos, partes e peças subiram 1,7%, seguidos por tecidos, vestuário e calçados (1,6%); e móveis e eletrodomésticos (1,6%). Também houve aumento para material de construção (0,8%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,1%).
Na contramão, as vendas de equipamento e material para escritório, informática e comunicação caíram 5%, enquanto livros, jornais, revistas e papelaria tiveram redução de 2,5%. O segmento de combustíveis e lubrificantes também apresentou resultados negativos na ordem de -1,1% ante agosto.
”O comércio como um todo, com exceção do setor de móveis e eletrodomésticos, está com o crescimento moderado devido às medidas macroprudenciais do governo, tomadas no fim do ano passado, para tentar reduzir um pouco o consumo, e também com o cenário internacional desfavorável”, observou o analista da PMC.
Aline Vilalva
Reportagem Local