O procurador do trabalho Heiler de Souza Natali informa que a CMTU se mostrou contrária à suspensão do prazo até o final do ano e sugeriu que o prazo fosse de apenas 60 dias. ”Nós vamos sentar e discutir modelos com os sindicatos das empresas, dos trabalhadores e com a CMTU, inclusive consideraríamos a possibilidade de não haver a figura do cobrador”, comenta o procurador.
Natali explica que até o final de semana a CMTU decidirá se concorda ou não com a suspensão do edital até o final do ano e com a realização do foro para discutir o transporte coletivo. ”Se a CMTU for contrária a suspensão do edital e a realização do foro, o Sinttrol pode entrar com ação judiciária e estaria livre para realizar a greve, uma vez que haveria uma alteração das normas em vigor”, diz o procurador, se referindo ao acordo assinado entre o Metrolon e o Sinttrol que impede a circulação de ônibus sem cobradores fora do período entre 19h e 5h da manhã ou aos domingos e feriados.
O diretor do Metrolon, Gildalmo de Mendonça, explica que não está contra a CMTU ou contra o Sinttrol. ”A decisão cabe à CMTU, pois quem é patrão das empresas é ela e se ela nos obrigar a fazer isso teremos de cumprir”, comenta. Mendonça afirma que foi à audiência com o MPT para mostrar a boa vontade das empresas e mostrar que elas estão solidárias.
O presidente da CMTU, André Nadai, diz que a Companhia se compromete a realizar o estudo para verificar se há a possibilidade de eliminação da figura do cobrador em algumas linhas e horários. ”Esse estudo estará concluído entre quarenta e sessenta dias”, garante.
O presidente do Sinttrol, João Batista, diz que foi o Sinttrol que solicitou a intervenção do MPT e não pode se furtar de um foro para discutir os novos modelos possíveis para a cidade. ”Mas isso não quer dizer que estamos flexibilizando a nossa posição. Nós não admitimos a eliminação da figura do cobrador, mas admitimos a discussão de alternativas para as empresas e para a categoria que representamos”, afirma.
O presidente do Sinttrol informa que a categoria continua em estado de greve. ”Se tem alguém que pode ser responsabilizado por esta situação é o poder concedente”, reclama. Ele diz que a audiência no MPT resultou na suspensão do ingresso de ações contra a quebra do acordo coletivo em vigor até que a CMTU forneça a resposta se concorda com a suspensão ou não até o final do ano. Se a resposta for contrária , eles estão prontos para tomar as medidas que achem necessárias.
Vítor Ogawa